Matrix Resurrections chegou aos cinemas dia 22 de dezembro com parte do elenco original, Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss retornam como Neo e Trinity no novo longa da franquia.
Matrix foi um filme que revolucionou a indústria do entretenimento após seu lançamento em 1999, a ideia de que nossa realidade é simulada, os efeitos bullet time e toda a jornada de Thomas Anderson surpreendeu os fãs da época de maneira muito positiva.
Suas sequências não foram tão aclamadas quanto o filme original, mas ainda tinham muito dos efeitos visuais deslumbrantes para época e um enredo onde a guerra entre humanos e máquinas parecia se encaminhar para um fim, graças a Neo.
Após o final da trilogia, em 2003, as irmãs Wachowski deixaram um final meio aberto à compreensão do público e a pergunta se somos livres de verdade ou apenas programados para viver nossas vidas.
A produção de Matrix Resurrections fez com que muitos fãs torcerem o nariz por não querer que o final do terceiro filme tivesse uma resposta concreta, porém Lana Wachowski levou adiante a ideia de termos o quarto filme da franquia.
Toda a premissa do filme Matrix Resurrections, com os trailers e divulgações era de que seria algo como “Alice através do Espelho”, continuação do livro de Lewis Carrol “Alice no País das Maravilhas”, onde a protagonista retorna para o país fantasioso onde viveu uma aventura e entende como aquele mundo mudou depois do contato com ela. Seria interessante saber como Neo recriou o mundo após a batalha final e como está a simulação da realidade agora.
O começo do filme realmente nos leva a nos perguntar o que é real e o que era ficção na trilogia original, vemos rostos novos e nomes já conhecidos, só que tudo parece irreal, mas não é tão estranho quanto a simulação que conhecíamos.
Vermos Yahya Abdul-Mateen II como Morpheus é confuso e interessante ao mesmo tempo em Matrix Resurrections, saber que ele é o mentor de Neo no longa original e estar com uma fisionomia diferente pode dar aquela quebra de realidade que precisamos para saber que estamos na Matrix.
Porém tudo começa a mudar depois do meio do filme, quando eles saem da simulação e descobrimos o “presente”, a realidade onde as máquinas e humanos viviam em guerra. Os personagens apresentados são pouco cativantes, exceto pela tripulação de Bugs (Jessica Henwick).
O objetivo da grande missão, os riscos que todos precisam correr e a necessidade de encontrar Trinity deixa a trama boba e sem sal. Parece que todo o set-up criado pela primeira parte do filme ficou de lado e o longa se torna um filme de ação genérico.
Todo o visual, as referências à trilogia original, os recortes dos filmes e até as piadas que quebram a quarta parede no filme são ótimos. Explosões, bullet time e máquinas, está tudo lá mas não é tão empolgante pelo roteiro ter ficado simplório.
Talvez se Matrix Resurrections fosse um soft reboot, onde o Neo realmente volta para visitar seu “País das Maravilhas” e entender como o programa evoluiu em 20 anos de simulação seria muito mais interessante. Talvez até mostrar como o presente está pacífico e harmônico após o sacrifício do Escolhido.
Infelizmente o longa não empolga após sua metade e faz com que a ação que se torna seja só um entretenimento barato, mas nada (ou quase nada) aos pés de Matrix de verdade.