A Disney Studios tem investido muito em sequências e versões live-action de animações, se igualando ou até mesmo superando o número de narrativas originais sendo lançadas pelo estúdio. Uma das histórias que passa por esse processo é “Moana”, que acaba de ganhar uma continuação em 2024, e que, em 2026, também estará disponível no formato live-action.
A trama original, lançada em 2016, conta a história de Moana, uma jovem princesa polinésia, que é escolhida pelo oceano para restaurar a magia da sua ilha, Motunui; ela embarca em uma jornada para encontrar Maui e convencê-lo a devolver o coração da deusa Te Fiti. Moana enfrenta desafios, monstros marinhos e descobre sua verdadeira identidade como navegadora.
Já no filme de sequência, “Moana 2”, a narrativa gira em torno da aventura da busca da protagonista por novos povos para além da população da ilha em que vive com sua família. Para isso, Moana viaja pelos mares, enfrentando obstáculos perigosos e fazendo novos amigos enquanto tenta sobreviver para retornar para a Ilha Motunui, onde seus pais, sua irmã caçula e todos os seus amigos a esperam.
Apesar da narrativa proposta para Moana 2 não ser muito original e não chamar muita atenção, o filme pode conseguir manter o público alvo animado durante seus minutos de clímax, com muito humor e música.
Entretanto, muitas coisas acontecem desenfreadamente no decorrer do filme, como se fosse necessário um conjunto de elementos novos a todo instante, como que para tampar um certo vazio criativo evidente, já que a trama do filme por si só não é suficiente para manter o interesse dos telespectadores. Assim, o desenvolvimento acaba não atingindo seu potencial máximo.
Um elemento forte da produção é, notavelmente, o trabalho visual da animação, com a caracterização dos personagens bem feita e um cuidado com a ambientação, que têm como objetivo honrar a cultura Polinésia, além de muitas luzes e cores que dão um toque mágico à obra animada. Em meio a uma atualidade em que os trabalhos dos designers de animação estão sendo desvalorizados, é reconfortante assistir um filme que realmente se importe com os visuais.
Na versão brasileira, Any Gabrielly (Now United) retoma como a voz que dá vida à personagem Moana. Algumas músicas como “Além” e “Para ir além”, interpretadas lindamente pela cantora, ficam muito divertidas e bem colocadas nas cenas. Outras músicas como “A vida é boa no mar”, “Só vai” e “Quero ouvir um chee hoo” também estão muito boas. A trilha sonora original já pode ser conferida integralmente no Spotify.
Além das músicas estarem muito bonitas e coesas em português, a dublagem brasileira não decepciona nesse filme, que conta com os trabalhos de Italo Luiz, Walter Cruz, Lara Suleiman, Saulo Vasconcelos, dentre outros talentosos dubladores.
O roteiro conta com vocabulário cheio de expressões contemporâneas, com o intuito aproximar o telespectador com o efeito de humor, reforçado pela quebra da quarta parede que também pode ser percebido algumas vezes.
No geral, Moana 2 é apenas mais um filme animado sem nada muito novo ou original, mas que garante o divertimento do público infantil.
