Mulher-Maravilha chegou em 2017 trazendo uma originalidade forte e cheia de representatividade nas produções cinematográfica, apresentando um universo único das Amazonas e com Gal Gadot se destacando ao dar vida à heroína do novo universo cinematográfico da Warner/DC – o que rendeu bons resultados com a escolha da diretora Patty Jenkins, que acertou ao optar por um caminho simples na história do longa.
E agora, após um período conturbado e cheio de adiamentos devido a pandemia do coronavírus, um dos lançamentos mais aguardado pelos fãs da DC chegou: Mulher-Maravilha 1984. O longa traz ação, drama, romance e aventura, recheando cada cenário com as tendências da moda e costumes dos anos 80.
O filme já começa com cenas de vivência da infância de Diana. São flashbacks apresentando as competições das Amazonas na ilha de Themyscira. Neste início, as cenas são envolventes mostrando a Rainha Hipólita (Connie Nielsen) e a tia de Diana, a General Antíope (Robin Wright), destacando a força e justiça que permeiam essas guerreiras e que moldou os princípios que Diana carrega em sua trajetória e escolhas futuras. Mas, infelizmente, o longa não aposta profundamente na relação de Diana com as guerreiras, o que pode ser um pouco decepcionante.
O restante do longa apresenta os acontecimentos depois do primeiro filme, onde Diana está vivendo nos anos 80 e já se adaptou às mudanças passadas pela humanidade. Além disso, ela começa a ter uma atuação mais presente, mas discreta, como podemos ver ao longo dos trailers que foram mostrados na divulgação do filme.
As tendências e estilos da época estão presentes em cada cena – um ponto maravilhoso para a direção de arte. Os estilos aparecem através das vestimentas, comportamentos, estilo musical dançante como Flash House e as cores vivas que são um ponto-chave da época e se destacam.
O enredo apresenta vilões cheios de desejos, que mergulham em abismos obscuros em busca de oportunidades e esperanças de ser tornar algo ou alguém. Essa é uma sacada inteligente, pois os humaniza e os aproxima da realidade do espectador, mostrando que qualquer um pode se deixar levar pelas circunstâncias e se tornar um vilão. Destaque para o vilão Maxwell Lord interpretado por Pedro Pascal, fazendo uma interpretação primorosa de um personagem clássico da DC, que aparece como um empresário vendendo sonhos e uma história que ele não tem como sustentar.
Gadot continua extraordinária em sua performance, com uma atuação que se destaca em todas as cenas. É impossível não criar expectativa em sua atuação e a atriz se mostra ainda mais à vontade com a personagem, o que traz muito realismo.
O piloto e par romântico de Diana está de volta na sequência. A química entre Gal Gadot e Chris Pine continua boa, com a heroína apresentando para Steve Trevor os novos hábitos da humanidade, o que cria um divertido paralelo com o primeiro.
As cenas de ação envolvendo a nossa Princesa são poucas e você pode sentir falta delas no decorrer do filme. Entretanto, pode-se destacar a última luta: muito boa, a fotografia nela ficou espetacular. Além disso, conseguiram inserir um momento dramático satisfatório, carregado de uma dose de atuação que conseguiu unir fotografia, direção, talento e reflexão.
O filme destaca a importância de entender ganhos e perdas que são consequências de nossas escolhas. No final, Mulher-Maravilha 1984 é um dos melhores longas do Universo DC nos cinemas.