O longa Não Olhe conta a história de Maria (India Eisley), uma adolescente deprimida e suas dificuldades no dia a dia e relacionamento com a família, até o momento em que encontra no reflexo do espelho uma nova “amizade” e a chance de mudar de atitude e “fazer as coisas que sempre quis”.
Logo de inicio, o longa abre com uma cena de ultrassom e aparecem 2 bebês brigando no útero. Essa cena devia dar indício para algo que venha a acontecer durante o filme, mas essa outra criança só é mencionada novamente no terceiro ato e não faz diferença nenhuma pra trama.
O filme tenta apresentar a vida de Maria em casa, com um pai mal escrito que acaba sendo bem superficial e confuso (interpretado por Jason Isaacs). Não bastando, ainda tem uma mãe mais deprimida do que a personagem principal. Inclusive existe uma tentativa de plot pra mãe que falha e também não acrescenta em nada para a história.

O grande problema do filme mesmo, é entregar cenas que não se encerram, várias situações ficam em aberto e os personagens simplesmente as ignoram na próxima cena juntos. Por exemplo: Maria e sua melhor amiga Lily (Penelope Mitchel) têm uma aula de patinação no gelo em que Lily se mostra arrogante, agressiva e bully. A cena corta e quando elas se encontram de novo… a situação nem é comentada, como se nada tivesse acontecido. Citei essa cena, mas a verdade é que isso se repete em vários momentos do filme.
Quando Maria “troca de personalidade” com Airam (seu reflexo no espelho – e Maria ao contrário) a atriz consegue melhorar a atuação, funcionando muito melhor como a garota bem decidida e do mal do que como a coitadinha.
Existe no filme uma grande quantidade de cenas sexualizando a atriz, algumas delas sendo bem gratuitas, mas é um deleite para os interessados.
Vamos pro fim? Lembram as cenas sem fechamento? O final do filme é mais um desses momentos em que você se pergunta: Mas qual vai ser a consequência pra personagem? Ela se safa? E o relacionamento? Mas…
Mas… E o filme não te responde. E não é o tipo de “closure” que te deixa com vontade de quero mais… é só confuso mesmo.
Por último, a trilha sonora tenta criar tensão em momentos além do necessário… antecipa a tensão, mas também é o que dá um tom mais drástico ao filme, visto que ele não é bem terror e nem drama. Está mesmo para o terror psicológico.
Não olhe é um filme que eu queria muito ter gostado, mas falhou em tantos pontos importantes que me desapontou. Pra quem curte terror mainstream, os clichês estão todos aí. Vá ao cinema, curta a experiência e volta aqui pra debater. A opinião da crítica é pessoal e as vezes você vai gostar muito mais do que eu 🙂 .