“O Assassino: O Primeiro Alvo” não é uma obra excepcional, mas tem potencial para continuações e garante horas de entretenimento.
Ficha técnica:
Título original: American Assassin
Duração: 1h51m
Gênero: Ação, Suspense
Direção: Michael Cuesta
Elenco: Michael Keaton, Dylan O’Brien, Taylor Kitsch
Distribuidora: Paris Filmes
Inspirado no livro “American Assassin” de Vince Flynn.
Mitch Rapp (Dylan O’Brien) é um universitário, que durante as férias em Ibiza pede sua namorada Katrina (Charlotte Veja) em casamento e durante a comemoração um ataque terrorista na praia mata muitos turistas, incluindo sua noiva. Motivado pela vingança, Rapp faz um treinamento intensivo por conta própria com o intuito de se infiltrar no grupo terrorista responsável pela morte prematura de sua noiva. No entando, suas habilidades recém adquiridas chamam a atenção da Diretora da CIA Irene Kennedy (Sanaa Lathan), que o envia para treinar com ex-militar Stan Hurley (Michael Keaton) e impedir ameaças globais.
Apesar da grandiosidade dos eventos conflitantes, eles se tornam pouco críveis quando logo de início Rapp se infiltra em um grupo terrorista por conta própria quando nem a própria CIA conseguiu, tirando um pouco da credibilidade da agência representada no filme.
O treinamento intensivo com Hurley (Keaton) é menos pesado do que o mostrado no início do filme, que Mitch fazia sozinho, e mais bullying psicológico gratuito, utilizando filmagens do momento traumático para Rapp como forma de ensinar que emoções atrapalham o julgamento na hora da missão.
Os motivos por trás da vontade da Diretora Kennedy em querer Mitch nos treinamentos especiais também não ficam claros, pois seu único argumento são as habilidades que o garoto tem, quando durante todo o filme, o personagem de O’Brien se prova incapaz de seguir uma ordem direta.
O desenvolvimento e a motivação dos personagens é fraca e quase nula. A agente infiltrada Anikka (Shiva Negar) é um mistério durante todo o filme, tendo diversos papéis que não ficam claros mesmo após sua última cena. O vilão conhecido como Ghost (Taylor Kitsch), também é mal aproveitado. Assim como Mitch Rapp, ele foi treinado pelo Agente Hurley (Michael Keaton) e se rebelou após ser abandonado em uma missão. Ele roubou grande quantidade de plutônio e construiu uma bomba nuclear com financiamento do Ministro do Irã, que anteriormente havia assinado um tratado onde concordava em parar a produção de armas nucleares. A cena de maior conflito entre Ghost e Hurley não tem o impacto necessário quando os diálogos são meros clichês de filme de ação.
A estreia do filme perto do 11 de Setembro tem um significado para o público americano, mas o roteiro erra – ou tenta agradar o nacionalismo exagerado – em mostrar todos os personagens com aparencia árabe como terroristas, sendo que estes nem mesmo são a verdadeira ameaça do enredo.
“O Assassino: O Primeiro Alvo” contém boas sequências de ação que conseguem deixar o espectador apreensivo com o que vai acontecer em seguida, mas peca na coreografia das lutas onde muitas vezes fica perceptível que é apenas isso, uma coreografia. Entretanto, as atuações quase impecáveis dos atores principais ofusca a maioria dos furos. Dylan O’Brien se mostrou capaz em carregar um filme deste gênero como protagonista para aqueles que não confiavam em suas atuações prévias em “Teen Wolf” e na saga “Maze Runner”. Michael Keaton e Taylor Kitsch fizeram o melhor que podiam com o roteiro que tinham em mãos.
A direção de Michael Cuesta, de “O Mensageiro“, não traz nada de novo para o gênero, mas não é ruim de forma que atrapalhe o andamento e ritmo do filme.
O último ato de “O Assassino: O Primeiro Alvo” se dá de forma artificial, mas a conclusão deixa brechas para uma sequência onde acredito que essas falhas possam ser consertadas. No fim das contas, “O Assassino” não é uma obra excepcional, mas tem potencial para continuações e garante horas de entretenimento.
“O Assassino: O Primeiro Alvo” estréia dia 21 de Setembro de 2017.