O diretor Steven Spielberg é praticamente um selo de qualidade Hollywoodiano; sim, vamos admitir que nem sempre os seus filmes são os melhores, mas isso definitivamente não o torna menos respeitado dentro de uma profissão cuja carreira foi tão bem construída através de obras emblemáticas como: Goonies, Indiana Jones, E.T. , Tubarão, As aventuras de Tin Tin e Jurassic Park.
Conforme é de se notar, Spielberg já escreveu e dirigiu inúmeros filmes que marcaram as pessoas, mas definitivamente “O Bom Gigante Amigo” não é um deles. Adaptação da obra do Roald Dahl, o livro infantil de mesmo nome conta sobre Sofia, uma criança que vive em um orfanato; quando ela acorda de madrugada e decide abrir a janela de seu quarto, ela se depara com um enorme gigante. O gigante então decide levar Sofia para a sua casa na terra dos gigantes, e depois de conviver juntos durante um tempo os dois acabam virando amigos, Sofia o apelida de BGA. O grande problema é que os outros gigantes são maldosos e para enfrenta-los e os impedir de fazer maldades (tipo devorar seres humanos), Sofia e BGA precisam se unir e pensar em um plano que possa derrota-los.
A história pouco envolvente ganhou um roteiro fraco (escrito por Melissa Mathison) e nada emocionante, faltou clímax e equilíbrio entre o cômico e o sério, algumas cenas são desequilibradas no que se refere às sequências, na primeira metade do filme você tem uma Londres um tanto quanto clássica e na segunda metade nos é apresentado algo moderno e completamente diferente do que vimos no começo. A narrativa é confusa no início e em trinta minutos de filme ainda não conseguimos identificar o propósito da trama, o que a torna ainda mais cansativa. O desenvolvimento dos personagens, bem como a relação entre eles é pouco explorada, minando o aspecto emocional que deveria ter. Os plots também ficaram bem incompletos e algumas coisas ficam sem explicação na história.
A metáfora que envolve a narrativa é de certa forma interessante, mas a sensação é de que não souberam muito bem colocar a essência literária que a história parece ter em prática, mesmo que o autor do livro tenha colaborado com o roteiro.
A grande surpresa do longa é a atriz mirim Ruby Barhilm (Sofia), que interpreta a protagonista da história e é extremamente carismática e expressiva, ela brilhou do começo ao fim e fez muito bem o seu papel.
Apesar de ter errado feio, Spielberg sempre da um show nas características visuais dos filmes, que nesse caso é de encher os olhos e talvez o único atrativo. Os planos de filmagem e os quadros são muito bons, com cenas muito bonitas e detalhadas; misturar o Live Action com o CGI (computação gráfica) no estilo animação é algo que fica muito lindo e muito bem feito, é como se a realidade estivesse completamente imersa dentro da fantasia e não ao contrário. Tem seus momentos divertidos que provocam certa satisfação.
O longa terminou de forma modesta e razoável, deixando algumas breves reflexões. Ao menos a criatividade e a imaginação de Steven Spielberg estiveram presentes e foram bem retratadas. Acabamos por nutrir expectativas demais em relação á uma pessoa ou á uma obra, o que acaba nos causando uma grande frustração. Nós sabemos que Spielberg é capaz de muito mais, no entanto não podemos superestimar ninguém. Vamos aguardar os seus próximos projetos e torcer para que sejam bons.
Revisado por: Bruna Vieira.