As expectativas para esse remake de O Corvo estão bem altas, afinal o original é um clássico, que propositalmente eu ainda não assisti, com o intuito de trazer a vocês uma crítica diferente, sem comparações com o original e sim analisando o que vi por si só na tela.
Fui a convite da Imagem Filmes e Califórnia Filmes, em uma sessão exclusiva do filme, para trazer a vocês as minha crítica sobre este classico gotico.
O Corvo é estrelado por Bill Skarsgård como o personagem Eric, ou O Corvo, FKA Twigs, que faz Shelly Webster, o interesse romântico de Eric, e Danny Huston como o vilão da trama, Vincent Roeg. Também temos Sami Bouajila, que tem uma participação menor, mas que representa um personagem importante para o protagonista; porém, o problema é que suas cenas são poucas na trama.
A trama segue as almas gêmeas Eric e Shelly, que são brutalmente assassinados quando ela acaba tendo provas sobre algo que não deveria, o que causa a morte não só deles, mas também de amigos dela. Eric retorna dos mortos por conta de seu amor puro e verdadeiro e busca vingança contra os assassinos de sua amada.
Todos os atores entregam boas atuações. Bill Skarsgård dá vida (e a vida) a um protagonista que não deixa a desejar, tanto na emoção quanto na brutalidade, é muito bom vê-lo em cena, ele entrega tudo o que queremos.
Twigs tem boas cenas, mas sinti que falta um pouco mais de emoção em alguns momentos que exigem maior expressividade, ela entrega algo neutro e acaba não cativando com a emoção que deveria. Danny Huston nos traz um vilão frio, que faz tudo com calma, o que se encaixa muito bem e resulta em ótimas cenas. Sami Bouajila, apesar de aparecer pouco, oferece uma atuação satisfatória em suas cenas.
No geral, a história de O Corvo é até boa, porém pouco confusa em certos pontos como a passagem de tempo, o vínculo entre os personagens e o desenvolvimento acelerado do protagonista. Irei me aprofundar nesses tópicos na conclusão com a minha opinião. O filme tem uma mitologia muito bacana que poderia ser mais explorada, mas que, sinto, mal riscou a superfície.
Outro ponto alto do filme é sua trilha sonora, ela traz um sentimento obscuro, intenso que é o que o protagonista sente na maioria da trama, trazendo músicas em timings que causam envolvimento no telespectador especialmente as músicas de abertura e do terceiro ato do filme.
Um ponto ruim do filme são os efeitos. Enquanto algumas cenas têm ótimo CGI, outras você vê praticamente a silhueta verde em volta dos personagens e isso fica nítido, o que atrapalha a imersão para o filme, porém o CGI do terceiro ato está bem melhor.
O Corvo com Eric buscando sua vingança (o que denotaria um roteiro simples de ser executado) ainda sim tem pontos incoerentes, incluindo a lógica temporal da narrativa sendo confusa e deixa muitas perguntas sem resposta. Apesar de momentos impactantes e uma boa trilha sonora, as falhas na trama, no desenvolvimento do romance e na passagem do tempo resultam em uma experiência insatisfatória.