Não se espante se não sabia do lançamento desse filme, mesmo com esse elenco de peso. Alguns desejos podem virar pesadelo com muita facilidade. O Gênio e o Louco é um filme que levou tempo demais pra ser produzido e está cheio de processos que atrasaram e desmotivaram a sua estréia.
Mas como isso aqui é uma crítica, a fofoca vocês procuram depois 🙂 Vamos ao que interessa: Dirigido por P.B. Shemran e estrelado por Mel Gibson e Sean Penn, o filme conta a história da criação inusitada e escandalosa do até hoje famoso Dicionário Oxford de língua inglesa, baseando-se em fatos reais e apoiados no livro “The Surgeon of Crowthorne”, de Simon Winchester.
Aqui temos a história de James Murray (Mel) um professor com pouco estudo convencional, mas autodidata, que recebe a tarefa de unir todas as palavras conhecidas na língua inglesa e explicar seu significado, criar um dicionário.Junta-se a ele um time de voluntário com um leve destaque pra um ator muito querido pra mim, Ioan Gruffudd. Incumbidos de uma tarefa quase impossível, procuram a ajuda de leitores fantasmas e acabam atraindo um grande voluntario, o ex médico do exército então assassino convicto encarcerado em um Hospício, Dr William Chester Minor (Sean Penn).
Se tratando de eventos reais, algumas coisas no filme parecem forçadas, mas sem a real pesquisa aprofundada dos fatos, prefiro relevar. Fora isso… a história de amizade é linda.Como o título indica, esse não é realmente um filme de criação do dicionário, ele é apenas o motivo para a união desses dois personagens inusitados.
Sinto que o objetivo do filme é explorar as inusitadas relações dos seres humanos e e aprofundar nos sentimentos de culpa, perdão, compreensão e aceitação. Parte disso se deve à side storie do filme, que é a relação entre o personagem de Sean Penn e a viúva de sua vítima, aqui interpretada pela rainha (e maravilhosa, RIP Margaery) Natalie Dormer. Não é um filme grandioso, mas é uma bela história a se contar.
O elenco dá qualidade às atuações, o visual é bonito, sem ter nada de impressionante. A direção segue no mesmo ritmo, na verdade, é até complicado falar sobre, visto que não tem muita coisa a se falar sobre o diretor. Pesquisar ele no google te faz cair na página do roteirista… e consequentemente nas histórias de processo desse filme.
Levando em consideração toda a dor de cabeça da produção, acabou se tornando uma bela obra. Com momentos emocionantes e retratando uma história curiosa. Afinal… você já tinha parado pra pensar em como fizeram pra criar um dicionário sem a tecnologia de hoje?
Completando a ideia de aprofundamento de relação, queria destacar o papel importante de Steeve Coogan Jennifer Ehle e Eddie Marsan. apesar de terem papéis secundários, sua participação acrescenta muito para a história e eles são responsáveis por momentos emocionantes do filme.
Uma ultima observação: título original é “The professor and the madman” (O professor e louco). Vejo esse título como uma crítica à taxação, ao conceito pré formado das pessoas… Esses personagens são (foram) muito mais do que o que as pessoas viam deles, e o filme é todo sobre essa quebra de paradigmas.
Assista ao filme como se fosse assistir a uma aula de história, aprecie os momentos e tire suas próprias conclusões. Só o elenco já vale o ingresso e pesquise mais se sentir interesse. Só volta aqui e contar pra gente o que achou!