O Rei Leão é um remake com animação em altíssima definição e computação gráfica do filme de 1994 que todos nós crescemos assistindo e é sem dúvida uma das melhores produções que a Disney já fez.
O remake é dirigido por Jon Favreau (O Happy, da franquia Marvel nos cinemas) e conta com um super elenco na dublagem, que inclui Donald Glover (Simba), Beyoncé (Nala), Seth Rogen (Pumba), John Oliver (Zazu), entre outros nomes e AH! traz de volta a maravilhosa voz de James Earl Jones (nosso eterno Darth Vader) como Mufasa.
Caso você por alguma razão não conheça a história do filme, trata-se da história de amadurecimento de um filhote de leão, o próximo a assumir a coroa de rei e de sua trajetória pela vida, passando por curiosidade, aprendizado, morte, vergonha, amizade e tomada de responsabilidade. A cena inicial é de arrepiar. Ela é ‘frame-a-frame’ uma cópia em alta CG da versão de 94 e trouxe aplausos à sala em que estive.
A qualidade da animação desse filme é extraordinária. É tanto detalhe e refinamento que parece que você está vendo um casal no estilo National Geographic, ao invés de algo completamente criado em computador. Do reflexo na água, as veias saltando na pele do Mufasa.
Vou abrir aqui um parênteses pra explicar que não consigo escrever essa crítica sem comparar esse filme com o original: Eles são praticamente idênticos em roteiro, então preciso dizer o que me incomodou e talvez seja o grande responsável pelas péssimas notas vindas dos críticos lá de fora: Animais reais não são expressivos. E é isso o que esse filme é, inexpressivo.
O Rei Leão é um show de qualidade visual, sem a essência e a alma do original. Essa história toda de amadurecimento do Simba só é marcante pelo turbilhão de emoções que o filhote passa. Mas a gente não consegue ver isso no rosto dele… na verdade, em nenhum dos personagens.
O original é repleto de caretas, bicos, choros e muito rostinho emocionado. No remake parece você dublando seu gato. Ele ta fazendo zero reações e você ta rindo sozinho do que imagina que ele está falando.
Existe muita comédia no filme, umas tiradas de piada interna e até um crossover com Bela e a Fera ali no meio (se pegou a referência, surtou que nem eu no cinema).
Timão e Pumba são de longe os personagens mais engraçados e MUITO OBRIGADA SETH ROGEN, por aceitar esse papel… você é hilário. A gente até releva que os bichos não são tão parecidos com suas versões em 2D, mas eu não consegui relevar e nem me conectar com o que eles falavam, pois eles não aparentavam o que diziam.
Isso fica ainda mais claro nos quadros musicais. Animais reais não dançam e cantam. Esse realismo também tira grandes efeitos visuais que esses quadros musicais tinham no original. Como a pirâmide de animais ao fim de “I Just Can’t Wait to Be King”… ou da fumaça verde tornando Scar ainda mais assustador ao cantar “Be Prepared”.
Realismos a parte… essa filme tem ensinamentos lindos e eu espero realmente que quem não conhece ainda, se apaixone. (Não… pera, você não conhece?? VAI ASSISTIR O ORIGINAL, PESSOA!!!)
No fundo, é só mais um filme pra lucrar com nostalgia e provavelmente será esquecido. Mas não se contentem com essa pouca animação. A grandiosidade desse filme está no material no qual se baseia e por essa razão… ele tocará muitos corações.
Assista o primeiro pra matar a saudade e depois veja o remake para perceber que ele, sozinho, é só mais um documentário do Animal Planet… com clipes de bichinhos no meio.