Para os amantes de romances cativantes, certamente vão apreciar o filme “Perdida“, uma adaptação do livro da escritora Carina Rissi. O longa é uma produção nacional, dirigido por Katherine Chediak Putnam, Dean Law e Luiza Shelling Tubaldini.
Definitivamente, 2023 é o ano das viagens no tempo, mas “Perdida” nos leva a uma jornada ao passado de uma maneira única e romântica. Nele, acompanhamos as aventuras de Sofia, uma jovem moderna e antenada que não dispensa histórias de amor do passado, combinando todos os clichês possíveis, incluindo magia, um amor impossível e uma atmosfera de época.
Durante a trama é divertido observar a personagem do futuro inserida em situações passadas, principalmente pela diferença de vocabulário, comportamentos e de vestimenta, destacando-se o choque cultural de cada época. No entanto, quando essas situações são exploradas em excesso, especificamente no uso das palavras e os sentidos delas, torna-se um pouco exagerado, já que tudo em excesso acaba perdendo o impacto.
O elenco é composto por atores brasileiros, como Giovanna Grigio (Sofia), Bruno Montaleone (Ian Clarke), Bia Arantes (Teodora), Luciana Paes (Abigail) e Emira Sophia (Valentina Albuquerque). Eles conseguem interpretar com grandeza os personagens do livro. Vale ressaltar a atuação de Nathália Falcão (Elisa), que traz leveza e ingenuidade à personagem, proporcionando uma imersão mais realista, fazendo com que o espectador acredite verdadeiramente estar no século XIX.
Giovanna também se destaca, conduzindo bem o protagonismo e explorando as nuances emocionais da personagem, o que a torna mais interessante, pois apesar de Sofia amar romances de época, ela não se deixa ser consumida pelos valores daquela do século XlX e cria o seu próprio romance.
Além das atuações, um aspecto essencial em um bom filme é a produção em si: figurinos, cenários e direção de arte. Nesse sentido, “Perdida” consegue recriar com detalhes e transmitir para o público toda a atmosfera do passado, transportando o cinema para o mundo dos romances de época e da história dos livros, assim como Sofia foi transportada.
Em contrapartida, em alguns momentos, os efeitos visuais deixam a desejar, especialmente nas cenas de cavalgada à noite. Quando o foco se fecha nos personagens montados a cavalo, fica claro que a cena é artificial, deixando o chroma muito evidente. Embora essas cenas tenham um início mágico e até lembrem outros clichês românticos, como a série “Bridgerton” e outros contos de fadas, elas não conseguem transmitir veracidade. Essa falha visual é levemente incômoda, mas não prejudica o filme como um todo.
Por último, mas não menos importante, um aspecto que merece destaque e adiciona um toque de romantismo é a escolha da trilha sonora, especialmente a música tema do casal, uma adaptação do fenômeno de Elvis Presley, “Can’t Help Falling in Love“. Essa escolha enriquece as cenas e as torna ainda mais emocionantes.