Após 8 incríveis episódios, chega ao fim uma das melhores séries da DC Studios e HBO com um episódio final espetacular, Pinguim.
Não é mais surpresa para ninguém que, quando a HBO se propõe a produzir uma obra da DC, ela entrega tudo o que fãs mais hardcore esperam e muito mais e “Pinguim” com certeza não ficou de fora dessa.
Se em “Batman” tivemos uma prévia do que o Pinguim de Colin Farrell seria capaz de fazer para ter Gotham na palma de suas mãos, na série testemunhamos a mente conturbadíssima do personagem que, movido pela ganância e até mesmo carência por sua mãe – como mostrado no episódio 7 – não mede esforços para conseguir o que quer, não poupando nem a vida dos seus próprios irmãos.
Durante toda a primeira temporada da série, Oz exibe uma psicopatia complexa que permeia suas ações e falas, revelando uma mente super manipuladora.
A cada episódio, sua personalidade se desenrola como um jogo de xadrez, onde ele demonstra uma falta absoluta de empatia, além de um prazer sádico ao ver outras pessoas sofrerem, e , apesar do personagem parecer ser empático com os que estão ao lado dele em alguns momentos da série, todas as dúvidas caem por terra neste último episódio.
Seu comportamento impulsivo e agressivo se mistura com uma astúcia calculista, usando sua habilidade de manipular e controlar as pessoas ao seu redor para conseguir se safar de situações comprometedoras, e ele não hesita em usar violência extrema para atingir seus objetivos.
Suas falas frias e sarcásticas mostram um distanciamento emocional que o torna uma figura imprevisível e bastante perigosa.
No final também é possível ver que o Pinguim revela uma faceta marcada pelo preconceito quando diz “para onde eu vou você não pode me acompanhar” para um personagem, refletindo uma visão de superioridade e desprezo pelos outros que na sua visão estes não podem ir aonde ele agora almeja chegar por limitações que podem dar a ele, e sua decisão brutal, que marca o fim do episódio, refletirá no futuro do personagem no universo de Batman, sendo um gancho direto para a sequência do longa que gerou a série spin-off.
A série se destaca ao continuar a narrativa de “Batman“, focando na ascensão de Oswald Cobb. No entanto, a verdadeira estrela da série é Sofia Gigante, que no último episódio teve mais momentos de destaque e mais confrontos com Oz, apesar da sorte da personagem ser pouca.
Sofia com certeza se tornou a vilã mais fascinante do Batman esse ano, apresentada como uma vilã complexa e moralmente ambígua, radicalmente diferente das suas representações nos quadrinhos, como em “Batman: The Long Halloween”.
A total entrega de Cristin Milioti transformou Sofia em uma personagem fascinante, com uma profundidade que permite que o espectador sinta empatia por ela, apesar dos seus atos violentos.
O universo do Batman de Matt Reeves NECESSITA ver mais da Sofia e, sem citar spoilers, há um acontecimento no final da personagem na série que fará com que os fãs da personagem não fiquem tão frustrados com a decisão da roteirista em permitir que ela voltasse a reviver o maior trauma da vida dela.
Apesar do final da série ser um final totalmente épico, eu apenas posso dizer que: em uma série em que o personagem principal decide ceifar a vida dos próprios irmãos por sentir ciúmes da mãe, não se apegue tanto aos personagens que, apesar de secundários, estão entre os mais queridos.