A temática de harém sempre esteve muito presente no mundo dos animes. Colocar personagens de diferentes personalidades para correr atrás de um protagonista abre muitas portas para fantasias masculinas, o que afasta grande parte do público feminino desse gênero.
O preconceito contra o harém em animes é compreensível, já que eles, salvo poucas exceções, são extremamente fetichistas e machistas.
Mas se você é do tipo de pessoa que não curte ver anime harém, talvez Pseudo Harém seja feito para você.
Confira a sinopse oficial:
“Eiji Kitahama entra para o clube de teatro com o sonho de ser dono de um harém, como aqueles do seu mangá favorito. Rin Nanakura, uma estudante mais nova, fica perdidamente apaixonada por Eiji e experimenta diferentes personalidades na presença dele para tentar conquistá-lo.
Não importa como ela age, uma coisa é certa: seus sentimentos por Eiji continuam a crescer cada vez mais. Será que ela vai conseguir contar a verdade para ele e mostrar quem ela é de verdade?”
Pseudo Harém não é um anime clássico de harém, como a sinopse revela, as diversas meninas, são na verdade interpretações da aspirante a atriz Rin Nanakura.
O anime consegue ser divertido e trazer um novo ar para um gênero que vive de clichês e histórias requentadas. Mas a premissa e as ideias criativas não são suficientes para manter a história interessante.
Os episódios são um apanhado de várias pequenas histórias e acontecimentos, que são fofos e engraçados, mas que perdem a força com o decorrer da temporada, tudo começa a ficar muito repetitivo depois de três episódios.
É legal ver o amor inocente de Rin por Eiji, e como a garota esconde seus verdadeiros sentimentos por meio das diversas personalidades que ela cria. Mas a história não cresce a partir daí.
Essa premissa se repete durante todos os quatro primeiros episódios e parece que não vai mudar de rumo com o decorrer da temporada.
Uma das coisas que eu gostaria de ver mais é o relacionamento de Eiji consigo mesmo, ele se sente inferior, por não ser bonito ou inteligente, e acha que nunca será popular ou ser interessante o suficiente para encontrar uma namorada.
Esse sentimento desperta em Rin a vontade de alegrar o amigo, pois na visão dela, ele é um garoto engraçado, charmoso e muito gentil, por isso cria um harém privado para ele.
É legal ver por trás das caras e bocas, como a menina se sente em relação ao veterano, mas não tem coragem de mostrar seus verdadeiros sentimentos por medo de não ser correspondida, e acaba se escondendo sempre atrás das suas interpretações.
Essas nuances interessantes não são aprofundadas, elas permanecem na superfície do anime, que acaba por focar em situações engraçadas como uma desculpa para Rin ficar trocando de personalidade.
Até o episódio quatro, não existem personagens secundários muito relevantes para a história. Alguns colegas de classe de Rin e Eiji fazem aparições pontuais, mas que não ajudam o enredo a andar. O foco são os dois personagens principais.
Tenho que reservar um parágrafo para elogiar a dubladora da Rin, Saori Hayami, que faz um ótimo trabalho vocal com as diferentes personalidades da garota, elas realmente parecem ser pessoas diferentes, ao invés de uma mesma menina.
E também para os animadores e o designer de personagens, a animação é simples, não tem nada de primoroso, é claramente um anime de baixo orçamento, mas a staff faz um bom trabalho, eles conseguem transformar os trejeitos de Rin cada vez que ela interpreta uma nova personagem. Todas elas têm traços e gestos únicos, que fazem você saber exatamente quem é quem só pela expressão facial e corporal.
Para quem busca uma comédia romântica sem muito compromisso, essa é uma ótima opção para acompanhar durante a temporada de julho.
Resumidamente, Pseudo Harém é um anime que você assiste depois de um dia cheio, só para relaxar e não pensar muito. Se isso não te incomodar, vale a pena ver dar uma chance e ver alguns episódios.
O anime está sendo distribuido pela Crunchyroll, legendado e dublado.