Você acha que a Netflix se importa com você? Que ela faz as séries pensando na sua maratona e na sua diversão? Não! A Netflix está aí para ferrar o seu psicológico.
Não, não estamos falando de Dark. Antes fosse, porque essa eu não entendi até hoje. Estamos falando de The End of the F***cking World, que estreou no último dia 05.
A série que tem o título muito grande para repetir toda hora é baseada nos quadrinhos de Charles Forsman e conta a história de James, de 17 anos, que tem quase certeza de que é um psicopata. E, também, Alyssa, uma adolescente mal humorada de mesma idade. Nova na escola, os dois se conectam de uma forma peculiar e ela o convence a embarcar em uma louca viagem para encontrar seu verdadeiro pai.
Primeiro, você vai se surpreender com o humor negro que a série carrega. Depois, vai se apaixonar pela história e pelos personagens. Mas preciso avisar que a série contém imagens fortes e assuntos pesados, apesar de ser dramédia (Drama com comédia).
Agora vamos ao enredo, que eu não vou revelar spoilers. Ambos James e Alyssa se sentem deslocados nas famílias em que vivem. James é considerado socialmente estranho e a Alyssa, de início você vai achar que é apenas mal educada. Nós conhecemos os personagens no momento em que eles se conhecem e temos a chance não só de ver o que acontece com eles na tela, como ouvimos diversas vez o que passa em suas mentes conturbadas.
James tem um plano, ele pretende matar a Alyssa. Já Alyssa, ela quer fugir da sua família, principalmente de seu padastro. Conforme os episódios vão passando, você entende porque cada um é dessa forma e juntos, em meio as maiores loucuras – que incluem diversos crimes –, eles descobrem sentimentos novos.
Com apenas 8 episódios, de 22 minutos cada, é possível assistir tudo em uma tarde e é bem provável que você vá se arrepender de ter terminado tão rápido e vai implorar para a série ser renovada para mais um ano.
Os pontos altos da série ficam, é claro, com os protagonistas. Alex Lawther (Black Mirror) e Jessica Barden (Penny Dreadful) conseguem nos fazer entender perfeitamente os dilemas desses personagens tão complexos, cada um à sua maneira. A trilha sonora também é algo incrível e pode ser considerada uma personagem, por se encaixar tão bem nas cenas.
A fotografia também não fica muito para trás. As cenas carregam tons pastéis, que lembram bastante filmes indie. E isso só vai fazer você imergir mais na história.
Agora das duas uma. Ou você vai odiar a série por não se identificar com o humor politicamente incorreto ou você vai amar e mergulhar na história desses personagens até ficar tão louco(a) quanto eles. Sendo a segunda opção a mais provável.
https://youtu.be/ALiYLgpYfeg