Após o sucesso de Euphoria, Sam Levinson andou se sustentando por altos e baixos nas boas avaliações por um tempo, Malcolm & Marie (2021) foi o ponto baixo, ele achou que teria grande destaque no roteiro, mas me perguntei qual seria o ponto disso? Foi tudo algo mediano e incompleto. Já com os especiais de 1 hora de Euphoria, teve seu ponto alto novamente e a 2° temporada se tornou algo mediano mais uma vez, salvo pelas atuações. Mas dessa vez com The Idol está longe de ser algo positivo.
The Idol se inicia com Jocelyn numa sessão de fotos representando variações de sentimentos de uma forma bem genérica e batida, na qual nota-se uma tentativa um tanto arriscada de mostrar o talento de Lily-Rose Depp sendo até mesmo um pouco forçado. Mas a atriz não deixou a cena estragar o resto, e até foi uma das que se manteve aceitavelmente durante o episódio, inclusive esta primeira cena inicial foi um começo de série.
E falando em atuação, para expressar a sensualidade em cenas sexuais é necessário isso, e Lily- Rose Depp conseguiu (aos trancos e barrancos), porém senti a falta em Abel. Entretanto, nada disso também funciona se o diretor não conseguir criar o clima erótico e atraente que é necessário em um cenário, e este foi justamente o problema.
Durante o início da trama de The Idol teve várias cenas e diálogos desconexos e cortados desnecessariamente com uma troca de cenário constante similar a reality shows a fim de tornar o clima interessante esteticamente mas acabou deixando repetitivo, enrolado, bagunçado e cansativo. Para o público alvo isso agrada aos olhares, e não estou julgando isso, porque as filmagens foram bem feitas, mas até que ponto da sua “genialidade” e visão criativa Levinson quer mostrar para viralizar?
Todas essas cenas misturadas a outras afetaram gravemente a construção dos personagens, e com uma outra tentativa de desenvolvê-los teve a introdução de Leia, amiga e assistente de Jocelyn, e Tedros, o empresário e dono da boate em que elas vão naquela noite, e com o último foi como se estivesse lendo um roteiro.
The Idol é baseado na perspectiva de Abel (The Weeknd), que está em parceria com o diretor, com as experiências por trás das dos holofotes da indústria musical.
Nisso ele e Levinson (todos homens, cheguem a uma conclusão) criaram um vínculo de amizade com o elenco da série para que começassem a criar o clima do ponto de vista criativo já conhecido do diretor: o clima provocativo.
Não há nada de errado no tal tema polêmico (que são as drogas e o sexo), quando demonstradas com sentido e direção pra construção da série, o que acabou não acontecendo com essa. Foram claramente feitas mais uma vez para agradar ao público alvo.