O menino dos prédios venceu o mundo! O cantor Veigh lançou seu segundo álbum de estúdio, intitulado Eu Venci o Mundo (2025), também conhecido como EVOM. Com 16 faixas inéditas e sem nenhuma colaboração, o artista retorna em uma nova era após o sucesso nacional de “Dos Prédios”, que alcançou o topo das paradas no Spotify (confira nossa crítica completa ao longo da matéria).
Destaque na nova geração do trap nacional, Veigh — nome artístico de Darlan Veigh — nasceu em São Paulo e iniciou sua trajetória musical ainda na adolescência. Criado na zona leste da capital paulista, ganhou projeção por meio das batalhas de rima e das redes sociais, onde começou a divulgar suas primeiras faixas. Com uma combinação de letras introspectivas, estética urbana e influências do R&B, o artista conquistou um público fiel e rapidamente se consolidou como um dos nomes mais promissores do cenário.
Ouça a Faixa Título do Álbum
Seu álbum de estreia, Dos Prédios Deluxe (2023), foi um divisor de águas na carreira e rendeu ao cantor milhões de streams, além de parcerias com nomes já consolidados do rap e da música pop. Veigh também se destaca pelo visual apurado, que une moda de rua e referências internacionais, tornando-se uma figura influente tanto dentro quanto fora da música. Com presença constante nos charts e nas redes, o artista segue ampliando seu alcance no Brasil e ajudando a abrir espaço para o trap nacional no mainstream.
Na indústria da música, sempre que um primeiro álbum se destaca, surge a pergunta: repetir o que funcionou antes será suficiente ou é melhor se arriscar em novas direções? Em Eu Venci o Mundo, Veigh mantém as mesmas temáticas do álbum anterior: vivências pessoais, relacionamentos fracassados, relatos intimistas e indiretas nada sutis. A aposta na sonoridade é sutil, sem romper de fato com os padrões já estabelecidos no trap nacional.

Apesar das 16 faixas, a repetição de assuntos e atmosferas dentro do repertório compromete a conexão com o ouvinte. O excesso de músicas tira o brilho de EVOM — uma redução no número de faixas ou mesmo o formato de EP poderia abrir espaço para mais ousadia. Ainda assim, há destaques: “Indiretas com a voz”, “Talvez você precise de mim”, “Taylor”, “Artista Genérico” e “Visões” mostram mais consistência e se sobressaem no meio da tracklist.
Em meio a tantos elementos, é impossível não notar o corte brusco entre “Sangue de Cordeiro” e “Visões” — a impressão é de que a primeira não foi finalizada e foi colada diretamente à seguinte. Veigh peca pelo excesso, mas o esforço na divulgação é notável. Durante meses, o artista tem construído uma estética coesa, utilizando tons de vermelho que comunicam força, luxúria, poder e relações intensas — adjetivos que se alinham à lírica das faixas.

Resumidamente, o álbum Eu Venci o Mundo é um projeto que perde força devido à superlotação de músicas que abordam as mesmas histórias. O menino dos prédios tenta reinventar a fórmula do sucesso anterior, mas sem correr riscos ou apresentar evoluções. Mesmo com faixas de destaque, o disco não escapa de um certo minimalismo criativo. Comparado a outros álbuns de trap lançados em 2025, Eu Venci o Mundo se sobressai apenas em sua campanha de marketing — e isso, infelizmente, não é o suficiente para fazer história na cena.





