Com Venom 3: A Última Rodada o público se prepara para o fim da tão adorada saga, com intenção principalmente de entender como será o final da trilogia que envolve Eddie Brock (Tom Hardy) e seu simbionte, Venom, e se de fato haverá uma despedida.
A história inicia com Eddie se abrigando no México, que através da TV têm acesso à informação de que ele está sendo procurado pela polícia por ser acusado de ter assassinado o detetive Patrick Mulligan (Stephen Graham) em Venom: Tempo de Carnificina.
Após sua decisão de tentar reverter a situação e na tentativa de ir até Nova York esclarecer os fatos, Venom nota que estão sendo procurados por Knull, seu criador, pois o vilão deseja aniquilar toda a humanidade e ao mesmo tempo se vingar de seus simbiontes que o traíram. Entretanto, para que isso ocorra, ele necessita de algo que apenas Eddie e Venom possuem.
Em seu capítulo anterior, o longa entregou com os gêneros ação, humor e horror. Todavia, o que predomina nesse são cenas de ação, mas sobretudo, humor.
O espectador consegue se sentir praticamente dentro de Venom 3, já que em boa parte das cenas há somente conversas entre Venom e Eddie. A dupla possui diálogos que expressam o quão solitários eles se sentiram e se sentem em alguns momentos de sua jornada – e esse é o máximo de profundidade que temos nesse filme, já que esses diálogos não se estendem -.
Apesar disso, boa parte das interações entre eles são muito engraçadas, garantindo que pelo menos com esse alívio cômico o espectador não se sinta tão frustrado pela superficialidade que foi oferecida, e de certa forma, se mantenha focado até o final (que inclusive, é bem previsível).
O vilão principal desse capítulo foi o mais prejudicado: Knull não teve uma boa inserção no longa, e sua história de apresentação foi completamente vazia e até mesmo irrelevante. Ele foi ‘vendido’ como o ser mais perigoso e letal tanto para os humanos, quanto para os simbiontes, mas não teve um bom desenvolvimento, a ponto de que sequer seja criada uma tensão quando ele aparece, o que geralmente ocorre com outros vilões da Marvel.
O padrão Venom foi mantido na fotografia e nos efeitos especiais que continuam chamando muita atenção principalmente em muitas lutas, além de cenários bastante coloridos e tons quentes.
Por outro lado, a união da fotografia e das canções escolhidas para a trilha sonora não funcionou. Momentos que deveriam possuir músicas mais ‘sombrias’ para manter a tensão de certas cenas não foram utilizadas, causando uma sensação de “aparentemente esse acontecimento não é tão grave” no espectador, e com isso, quebra do momento que deveria ser tenso em sí.
Apesar de o todo não ser ruim, o espectador deve ir ao cinema ciente de que não receberá o final ideal para a trilogia.
O longa consegue entregar ótimos momentos com a mescla de gêneros, principalmente em cenas de descontração da dupla anti-heroica simbiótica com personagens que vão surgindo ao longo de seu caminho para uma possível redenção e esclarecimento. Entretanto, para os fãs da saga que buscam algo grandioso e mais bem explorado, talvez isso não seja suficiente.