Histórias de gangue, delinquentes e porradariacomo Wind Breaker são muito comuns nos animes, os mais velhos nesse meio vão se lembrar de títulos como Beelzebub, Durarara!!, GTO, e se você fizer parte do lado mais duvidoso dos animes, Ben-To.
A cultura do delinquente vem do final dos anos 70 e se estende até o começo dos anos 90. O Japão vinha de uma crescente econômica nunca vista antes, mas políticas monetárias e especulações excessivas fizeram a economia do país despencar, os preços e o custo de vida dispararam e quem mais sofreu com isso foram os jovens.
Rejeitados pela sociedade e revoltados com a situação atual do país, os jovens começaram a se rebelar e se organizar em grupos, as gangues, que aos poucos tomaram conta das ruas japonesas. A revolta se tornou rebelião e a rebelião se tornou hostilidade, que deu espaço a brigas e agressões por todo o país.
É com esse cenário que surgem as histórias de gangues japonesas, as roupas ou macacões combinando, as jaquetas de couro com o símbolo da turma, as motos brilhantes e os cabelos cada vez mais malucos que faziam qualquer adulto japonês conservador se tremer.
É importante destacar a história dos delinquentes japoneses nessa análise, já que Wind Breaker traz de volta um pouco dessa base.
Wind Breaker acompanha a história de Haruka Sakura, um adolescente, que está para começar o ensino médio em uma nova escola, a Furin.
Furin é conhecida como uma escola só de delinquentes, onde a força é o que comanda. O protagonista persegue um sonho, ser o mais forte da escola, e chegar ao topo. Os jovens da Furin melhoram o seu bairro, abandonado e sucateado pelas brigas dos mais antigos que por ali passaram.
Com sua revolta, suas jaquetas combinando e com os seus punhos, eles ajudam pessoas e garantem um futuro melhor para os que virão para substituir seus lugares um dia.
O anime possui um personagem principal cativante, principalmente quando está com sua dupla, o fofo e fraco Akihiko Nirei. Sakura também se encaixa na definição mais antiga de delinquente, julgado e rejeitado pela sociedade, ele usa a violência para melhorar sua vida e seu entorno.
Mas senti que muitas explicações e backstories necessárias são deixadas de lado ao longo dos episódios, que vão focando mais nas lutas, que são lindas e muito bem coreografadas e animadas, mas que ao final dos episódios não preenchem a necessidade de uma boa história.
Os personagens também não tem muita profundidade, tirando Sakura, os vilões principais, e uns dois personagens secundários, é difícil se conectar, pois não conhecemos suas histórias e motivações.
Não li o mangá Wind Breaker, mas espero que isso mude ao decorrer dos episódios, a história parece ter muito a oferecer desde que tenha uma base sólida e desenvolva melhor esse lado da revolta juvenil e sua busca por melhorar o mundo a sua volta, ao invés de ficar só quebrando janelas.