Redação por Rafaela de Melo.
Muitas vezes quando ficamos sabendo de uma adaptação cinematográfica de algum livro, HQ, mangá ou de algum jogo; ficamos tensos pensando que o resultado poderá ser bem desastroso ou até mesmo mentalizamos coisas piores, nos esquecendo das possibilidades positivas de uma adaptação levemente fiel (afinal adaptações nunca são 100% fieis) e de qualidade.
Se você espera um filme mostrando os feitos de Kira e o jogo de gato e rato entre L, recomendo que assista os filmes anteriores da franquia: Death Note (2006) e Death Note: The Last Name (2006). Pois assim como o filme L: Change the World (2008), o novo filme Death Note: Iluminando um Novo Mundo nos apresenta uma história totalmente original (e muito boa por sinal!).
A introdução do filme começa com Ryuk falando sobre o caderno Death Note e também sobre os feitos de Kira, onde o “Rei da Morte” ordenou aos Shinigamis que deveriam encontrar um novo Kira, já que o mesmo lhe agradou com seus atos. Vale lembrar que seguindo a linha cronológica do lançamento dos filmes anteriores, este se passa após dez anos de hiatus da morte de Light Yagami (Yagami Raito), sendo 2016 o ano no qual os acontecimentos foram ambientados.
Com isso, seis cadernos foram espalhados pelo mundo na esperança de que um novo Kira fosse descoberto, dando início ao enredo da história. O foco e desenrolar da trama é em Tóquio (Metro Tokyo), mas outros lugares como a Rússia e os Estados Unidos aparecem no filme e são citados.
Todos os personagens novos não decepcionam, sendo que cada um possui uma essência e maneira diferente de ver os acontecimentos. Os novos portadores do Death Note são bem únicos e diferentes uns dos outros; alguns particularmente desejam se tornarem superiores à Kira, outros o adoram feito um deus, seguindo seus passos como justiceiro, e outros o odeiam e também odeiam seus seguidores.
Podemos ver uma evolução em relação a Interpol, na qual formou uma Força Tarefa com finalidade de resolver apenas casos relacionados ao Death Note, que retornaram após dez anos de pausa. A equipe é carismática, quase uma família. Mas o membro com maior destaqueé o líder Tsukuru Mishima, sendo ele um tanto importante para a história, mesmo que inicialmente não pareça. Recrutado por Soichiro Yagami (pai de Light) para fazer parte da Força Tarefa, ele se tornou obcecado com seu trabalho, sendo chamado de “Otaku” por saber quase tudo sobre o Death Note.
Assim como os novos portadores do Death Note e membros da Interpol, também temos um sucessor de L, conhecido como Ryuzaki. Interpretado por Sousuke Ikematsu, Ryuzaki é um detetive mundialmente famoso assim como L; sendo chamado para investigar o caso junto com Tsukuru Mishima, sendo a relação entre os dois até certo ponto cheia de desconfiança e discórdia. Ryuzaki dá um toque de humor no filme pelo seu jeito de agir, certas vezes dando impressão de ser louco, dando a entender mais tarde o porquê de ser mundialmente famoso.
Os efeitos especiais para a inserção dos Shinigamis são ótimos, sendo suas aparências um tanto quanto peculiares e até mesmo meio assustadoras.
Logo após uma série de ataques de Sakura Aoi (pior portadora do Death Note), nos é apresentado Beppo, um shinigami enorme e dourado com seis dedos em cada mão. Beppo não tem muito destaque como Arma ou Ryuk, mas ele até ajuda a Força Tarefa após responder algumas poucas perguntas feitas por Ryuzaki depois de tocar o Death Note de Sakura. Mais tarde conhecemos Arma; que nos lembra muito à Rem, sendo feminina e de coloração branca. Seu rosto apenas possui um olho azul claro e brilhante, seu corpo lembra um exoesqueleto de inseto (me lembra uma barata, CREDO!) e seus braços são muito longos, tendo quatro dedos em cada mão. Ryuk só aparece bem depois com uma leve alteração no visual mas nada muito gritante, continuando assustador do seu jeitinho.
O anti-herói (ou seria vilão? É tudo uma questão de ponto de vista) Yuki Shien é um devoto de Kira e possuidor do Death Note de Ryuk, sendo responsável por uma das frases mais memoráveis do filme. O mesmo é um cyber-terrorista que usa suas habilidades para confrontar Ryuzaki, Mishima e também toda a Interpol. Seus “ataques” causavam bastante frustração para a Interpol e principalmente para Mishima; já que quando achavam que estavam quase chegando à algum lugar, eram enganados, lembrando ao jogo de Gato e Rato de Light e L. Sinceramente, ele é o personagem mais interessante além de Ryuzaki.
Yuki Shien, o devoto: “Kira é DEUS”.
Death Note: Iluminando um Novo Mundo é um filme e tanto mesmo tendo um conteúdo original. A inovação é algo que surpreende e não deixa de agradar, fazendo muitas referências com personagens dos mangás, ocorridos anteriores (dando uma ajudinha para quem não conhecia a história original ou os outros filmes) e até mesmo incluindo a aparição de personagens como: Light Yagami (Tatsuya Fujiwara), L (Kenichi Matsuyama), Misa Amane (Erika Toda) e Touta Matsuda (Sota Aoyama).
O filme possui uma bela combinação entre suspense, ação e um pouco de humor, havendo diversas reviravoltas e surpresas em sua trama, provocando aquela curiosidade: “o que será que vai acontecer agora?”. Sua estréia ocorrerá na próxima Quarta-feira, 2 de Agosto. Não perca!