SEM SPOILER!
Doutor Estranho foi o filme da Marvel que mais me surpreendeu, pela coragem da Marvel Studios em fazer um filme com um tom mais sombrio que outros e pela qualidade dos efeitos especiais e funcionalidade deles. Estes não estão lá por estar, o filme o tempo todo da um funcionamento a eles, sem utilizar pirotecnias desnecessárias.
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O que mais me fascinou foi a ambiguidade, ninguém é tão herói ou vilão o tempo todo, como suas motivações demonstram ser, esta ideia foi utilizada por Nolan em O Cavaleiro das Trevas e foi um dos elementos que fizeram deste um dos melhores – se não o melhor – filme de herói de todos os tempos. O diretor Scott Derrickson utiliza bem o 3D, porém não senti tanta profundidade como foi dito pelo diretor de Guardiões da Galáxia, pelo menos as reviews de quem viu em IMAX relatam que foi uma experiência ótima, então assistam em IMAX.
O filme flerta muito bem entre o sombrio mundo da Marvel na Netflix e a já conhecida fórmula da Marvel nos cinemas, não ficando nem muito de um e nem muito do outro. Algo extremamente autoral do próprio filme, porque nem a série flerta com os filmes e nem estes com elas. Doutor Estranho gentilmente faz um mix de tudo isso em um único projeto. O passeio entre os universos é mais um complemento para o filme, infelizmente não vi todo o potencial de Kaecilius interpretado por Mads Mikkelsen, o o vilão poderia ter sido melhor aproveitado, mesmo assim, pela qualidade do ator, a sua presença é inegavelmente sentida.
Benedict Cumberbatch é um ator que podemos dizer “ter nascido para o Dr. Estranho, assim como o Robert é para o Homem de Ferro”, além de demonstrar facilmente sua arrogância, Benedict consegue mostrar toda a sua dúvida e ceticismo de maneira ímpar, provocando dentro de você a reflexão de que teria as mesmas duvidas que ele. Claramente o personagem é ateu e fica completamente hipnotizado depois que descobre as artes místicas, como qualquer um ficaria. Chiwetel Ejiofor como Barão Mordo está ótimo, apesar de que no filme estamos ali para presenciar sua origem como personagem e não sua forma definitiva como nos quadrinhos. O amigo do Dr. Estranho mostra força e vantagem sentimental sobre ele, só tenho medo dele virar um novo Buck. Tilda Swinton como Anciã é uma das melhores coisas do filme, fazendo assim um dos personagens mais emblemáticos (ou a mais) do filme, seu flerte com o poder também esta lá, mas sem detalhes, durante o filme você vai entender sobre o que estou falando.
Doutor Estranho é um longa que merece ser visto mais de uma vez, além de ter uma dose certa de humor (nas horas certas e que não atingem os personagens, ou seja o humor é para nós, não para os personagens), uma coisa muito interessante de se ressaltar é que Doutor Estranho tem tanto ego quanto o Homem de Ferro, sendo tão sarcástico quanto, vai ser interessante quando os dois se encontrarem nos cinemas.
Além de agora podermos ver a ideia de Multiversos no Universo Marvel, e dito de maneira bem didática (coisa que ainda não ocorreu de maneira clara no Universo DC) o final do filme é também inédito, ao invés de terminar com uma dança ou batalha, o filme apela para a inteligência e símbolos, coisa que devo admitir que jamais vi em um filme de herói até hoje, o final é divertido e bem desenvolvido, só ele vale o ingresso, mas devido a tudo o que disse aqui, posso observar que Doutor Estranho é o melhor filme baseado em heróis do ano.
Revisado por: Bruna Vieira.