Élite é a nova série espanhola da Netflix, que tem no elenco várias rosto conhecidos do sucesso mundial La Casa de Papel. Nessa produção, a história se passa no colégio Élite, um colégio de pessoas muito ricas. Por causa de um acidente numa escola pública, três alunos ganharam bolsa para estudar no Élite e os conflitos já começam assim que eles chegam na escola.
Quem assistiu Gossip Girl já sabe, alguns ricos não gostam de “se misturar” com os pobres, alguns ricos se tornam amigos desses pobres e alguns pobres querem ser como os ricos. Porém, logo nos primeiros minutos do primeiro episódio, descobrimos que houve um assassinato na escola, apesar de não sabermos ainda quem morreu e a revelação de quem é o assassino só acontece no último episódio.
A estrutura dos episódios é entre passado e presente. Presente são os personagens na sala de depoimento da delegacia, meio Big Little Lies, explicando-se sobre algum ocorrido. O passado, a maior parte da trama, se passa no dia-a-dia do colégio e das vidas particulares dos alunos.
As apresentações dos personagens é bem delineada, ficando a cargo do primeiro episódio inteiro. Isso me desagradou um pouco, pois acaba que o primeiro episódio ficou sem muito conflito. E já no final deste descobrimos, pelo menos, quem é a vítima. No segundo episódio os conflitos entre os personagens começam a aparecer: as afinidades e as rivalidades, as paixões proibidas.
Ao longo de oito episódios, os conflitos vão se intensificando de forma harmoniosa até que culmina no assassinato. E aqui a série pecou um pouco, pra mim. Não achei legal a pessoa que escolherem para ser o (a) assassino (a). Não achei que essa pessoa tinha motivações o suficiente, não achei que aquele ato fazia parte da personalidade do (a) personagem. Pra mim, forçou um pouco a barra, porém, os ganchos deixados para a segunda temporada foram, sim, muito bons.
Eu estava com muita expectativa para a estreia e, no geral, eu gostei da série, mas esperava mais. Eu adorei a atuação da atriz Maria Pedraza na série La Casa de Papel, mas até mais ou menos o terceiro episódio eu achei ela completamente deslocada no papel. Porém, à medida que as tramas iam se intensificando, a atuação dela foi melhorando e, no final, achei uma boa interpretação. Eu tive muitas surpresas com a parte nova do elenco, Miguel Bernardeau (Guzmán) e Ester Expósito (Carla) me surpreenderam demais, fizeram atuações incríveis. Pra mim, as melhores atuações da série. Jaime Lorente (Nano), já conhecido por seu papel de Denver em La Casa de Papel, também mandou bem na atuação e eu fiquei um pouco decepcionada com Miguel Herrán (Christian), o Rio de La Casa de Papel, sua atuação não me convenceu.
Outra coisa que me incomodou muito na série, principalmente no primeiro episódio, onde aconteceu mais vezes, foi uma transição de “fade to black”. O “fade to black” é quando a tela vai ficando preta. A transição usada foi super lenta, eu achei que não tinha nada a ver com o ritmo da história, nem com o estilo. Completamente deslocado e me irritou bastante toda vez que acontecia. Outra coisa que me incomodou foi que muitas coisas aconteceram de forma muito conveniente na trama. Eram algumas festas, umas seguidas das outras, porque cada festa serviria para algum conflito. Sendo que tudo surgia do nada. Achei, em alguns momentos, o roteiro amador por isso. Mas esse tipo de coisa também só fez parte da primeira metade da série. Da segunda metade em diante, tudo ficou melhor e mais estruturado.
Élite é uma série super inclusiva, falando sobre pessoas soropositivas, homossexualidade, preconceito religioso, xenofobia e a diferença de classes. Apesar de esperar um ritmo mais alucinante nos episódio, Élite não deixa de nos entreter e de nos fisgar com suas tramas, personagens e suspense. Vale a pena assistir.