Hoje mais cedo, o Cabana do Leitor publicou que, segundo o site Insider Gaming, Fortnite poderia incluir jogos de azar (o “jogo do tigrinho”). Em resposta direta aos vazamentos, a Epic Games negou as acusações, mas acabou se contradizendo no processo.
Vazamentos desta terça-feira (11) revelaram planos de lançar jogos de azar no UEFN. A empresa, então, emitiu um esclarecimento para abordar a informação, afirmando que esse tipo de jogo viola as Regras do Desenvolvedor.
A Contradição da Epic Games
Aqui é que a situação fica confusa. No mesmo comunicado, a Epic esclareceu que a medida, na verdade, se refere especificamente a “itens aleatórios pagos” (loot boxes). A empresa disse que os desenvolvedores devem “informar as probabilidades numéricas exatas do que o jogador pode obter antes de realizar uma compra”.
Apesar disso, a empresa terminou seu comunicado sustentando que “jogos de azar e itens aleatórios pagos não são a mesma coisa”.

A contradição é clara: as próprias regras da Epic, que ela usou para negar o rumor, parecem proibir exatamente o que ela acabou de confirmar. A Seção 1.11 proíbe “conteúdo de jogos de azar… ou jogos no estilo cassino”.
Mais importante, a Seção 1.15.5 é ainda mais rígida: “ensinar ou evidenciar imagens ou atividades comumente associadas a jogos de azar do mundo real… ou quaisquer formas de apostas que ofereçam prêmios… é estritamente proibido em qualquer circunstância.”
Mesmo que a Epic tente criar uma distinção semântica, o fato é que o uso de dinheiro real (V-Bucks) para “itens aleatórios” com probabilidades informadas é a definição exata de loot box — uma prática amplamente considerada “jogo de azar” por regulações em vários países, incluindo o Brasil.



