A animação britânica foi lançada em 2019, mas chegou na Netflix em 2020, entrando para a lista de indicados do Oscar e concorrendo com a grandiosa Disney. Uma produção da Aardman Animations, que conta com a direção de Will Becher e Richard Phelan, a trama gira em torno de mais uma aventura de Shaun, o carneiro popular por sempre se meter em confusões.
Em mais um dia de Mossy Bottom Farm, onde Shaun tentar deixar tudo mais divertido é sempre proibido, ele acaba encontrando uma criatura diferente e isso vai de certa forma mudar sua rotina. Aos poucos eles vão se tornando amigos, e essa criatura é um alienígena que possui poderes incríveis e deixa Shaun surpreso com as coisas que é capaz de fazer.
Shaun percebe que Lu-la se perdeu e precisa voltar para casa, dando início a uma aventura para conseguir levá-lo de volta para sua nave, para que ele consiga voltar para seu planeta e para os seus pais.
A cidade está eufórica em saber que alienígenas existem e, com isso, o fazendeiro vê uma possibilidade de ganhar dinheiro montando um parque temático. Além disso, uma agência secreta que busca coletar evidências alienígenas para que se possa provar a existência desses seres não cansa em sua procura e, por trás disso, há um outro motivo que o espectador entende ao longo do filme.
Cada detalhe do filme é bem trabalhado, além do filme apresentar um tom mais humorístico, fazendo com que se torne mais difícil pela falta de diálogo da animação. Às vezes pode até haver alguns murmurinhos e reproduções de sons, se tornando mais simples e de fácil compreensão para todos, assim como era o cinema mudo. Então, para que uma animação sem diálogo prenda o espectador, deve chamar atenção em seu conceito e desenrolar da história.
Que Shaun conquista o público isso é fato, mas os outros personagens também tem esse mérito por serem muito carismáticos e pela forma como se comportam durante o filme. Até mesmo a motivação do vilão é muito bem demonstrada.
Com um alienígena, muito curioso e animado, a bagunça na cidade é garantida. Tudo que é novo surpreende tanto ao ET Lu-la, quanto a Shaun, que sempre estará lá para livrá-los de encrencas. Mas mesmo deslumbrado pelas coisas do nosso planeta, ele precisa voltar. As soluções para os dilemas encontrados são realmente boas que encantam o público, além de uma trilha sonora ótima.
Aardman Animation contém o seu próprio universo e nesse filme podemos ver explicitamente uma aparição bem rápida de seus personagens Wallace & Gromit, o que é muito legal esse crossover indiretamente. Além do longa ser divertido, há também homenagens apresentadas para alguns filmes de ficção científica, como 2001: Uma Odisseia no Espaço e Contatos Imediatos do Terceiro Grau, ou seja, filmes renomados ligados ao tema que a animação apresenta, sendo um easter egg muito bem elaborado e bem colocado.
O filme apresenta um cenário totalmente diferente de uma fazenda, contendo viagens ao espaço, poderes alienígenas e como isso é introduzido e desenvolvido em uma animação se torna algo divertido e gostoso de assistir.
Tendo uma duração bem curta, cerca de 1 hora e 15 minutos sem contar os créditos, a história é contada de uma forma muito dinâmica, e o tempo passa voando e você nem percebe. Vale a pena deixar avisado que tem cena pós-crédito, então se você for assistir não esqueça, nada muito relevante, mas não perca.
No geral, o filme é uma animação para a família, divertida e leve, muito bem trabalhada e construída, que vai te deixar na espera de um final feliz. São muitos pontos desenvolvidos no filme, com os objetivos dos personagens e mostrando o que eles fazem para conseguir o que desejam dentro do contexto do filme, o stop-motion, marca registrada da produtora, tem uma execução excelente como de costume.
Por ser um filme com um desenvolvimento ótimo, o humor do jeito certo e como a relação do filme ser mudo e ser de fácil compreensão, a história também cativa o público. Eu realmente adorei o filme, que é rico em surpresas detalhes, mas eu ainda fiquei com a sensação de que faltou algo, porém o longa é muito agradável e divertido.