Dando continuação ao nosso especial “Piano Vermelho”, em parceria com a editora Intrínseca, hoje vamos falar sobre o contexto e o cenário da história.
Na publicação de ontem eu comentei rapidamente como era o cenário e em que tempo se passava, mas agora vamos nos aprofundar um pouquinho mais e viajar nas páginas do livro, tentando entender a mente criativa de Josh Malerman.
Bom, a história se passa 12 anos depois da Segunda Guerra Mundial, e como sempre o governo americano está envolvido em grandes mistérios e missões praticamente suicidas. Para essa nova missão o cenário é um deserto na África, que está produzindo um som estranho que ninguém consegue identificar e que causa sensações inexplicáveis a quem escuta
Mas antes de nos aprofundarmos no deserto e na clínica Macy Mercy, você pode conferir a resenha do “Piano Vermelho” aqui no nosso site. Juro tentar não colocar nenhum spoiler neste post.
A história possui dois cenários: o deserto e a clínica. No deserto temos a ideia e a impressão dos personagens estarem sendo observados e uma sensação de cegueira por conta de tanto vento que levanta a areia. Porém, o lugar mais estranho é a Macy Mercy. Lá parece uma daquelas clínicas que fazem experiências com pessoas, que tem um médico louco que quer arrancar pedacinho dos pacientes e colocar em outro corpo. Não que isso aconteça no livro, mas como lá é descrito dá essa impressão. Afinal, não sabemos muita coisa do que se passa fora do quarto de Philip, então a imaginação rola solta.
Mas porque essas ideias loucas? Como falei lá no início, é uma história que se passa em um tempo não muito longe da Segunda Guerra Mundial, ainda existe aquela ideia dos lugares onde as pessoas foram mandadas para serem experimentos dos médicos e no caso aqui poderia ser o deserto e a clínica um combo para quem sobrevivesse. Você nunca sabe exatamente o que está se passando, o que é realmente, mas se levarmos em conta que pessoas de menor importância na sociedade foram jogadas nesses ambientes, podemos questionar esse lado.
É uma viagem totalmente de ficção cientifica, com experimentos e tudo mais. O legal é que a interpretação para isso é vaga. Malerman brinca muito com essa questão em seus livros, de deixar o leitor deduzir da maneira que quiser. Ele te desenha o cenário, te coloca dentro da situação, te guia até um certo caminho e no final você está sozinho. O leitor viaja junto com autor e faz o seu próprio contexto e final.