Estamos vendo inundações na Libia com mais de 11 mil mortos, ondas de calor no Brasil com temperaturas recordes no Rio de Janeiro e São Paulo na estação do inverno e no mês de setembro, queda de 32° em apenas 9 minutos no estado de Wyoming nos Estados Unidos, granizo do tamanho do bolas de ping pong no Sul do Brasil, tudo isso está no roteiro do filme de 2004, O Dia Depois de Amanhã de Roland Emmerich e está acontecendo agora diante dos seus olhos.
Apesar de que em 2004 (ano que foi lançado o filme que trata sobre mudanças climáticas a partir do Aquecimento Global) ter sido recebido com ceticismo até por cientistas, o clima no mundo está mudando, pode reparar que não citei sequer as inundações que arrasaram cidades no do Sul do país. A precisão que O Dia Depois de Amanhã traz para algumas destas mudanças extremas chegam a ser bizarras de tão idênticas.
No filme a mudança climática passa justamente pela quantidade de sal que é jogada no oceano (decorrente do derretimento do gelo dos polos), alterando as correntes marinhas que tornam o clima do planeta terra temperado, ou seja, são as grandes responsáveis em certo modo para o planeta não virar uma bola de gelo ou virar um inferno como o planeta Vênus.
Cheyenne WY caiu de 43F para 11F em 9 minutos. Depois de mais 21 minutos, eles caíram para 3F”.
Cheyenne WY just dropped from 43F to 11F in 9 minutes. After 21 more minutes, they're down to 3F.https://t.co/s8aWKnvyIo pic.twitter.com/sqUni7zw6b
— Bob Henson (@bhensonweather) December 21, 2022
Com isso o planeta fica com temperaturas desreguladas causando inundações, era do gelo em boa parte do mundo, elevação dos oceanos, tempestades com tornados em lugares incomuns como em Los Angeles no filme, bolas de gelo em granizo enormes, inundações e o meu favorito, temperaturas congelantes que tornam pessoas estatuas de gelo em olhos de tempestade de clima praticamente no frio absoluto.
Por incrível que pareça a onda de enchentes no Sul do país e na Líbia também vão de muito com o que é relatado no filme, além disso outros dez países neste momento estão sofrendo com inundações recordes, além das ondas de calor que estão assolando o Brasil sem estarmos sequer no verão é possível notar que a três meses atrás temperaturas aqui bateram recordes negativos também em diversos lugares.
No Afeganistão frio recorde que bateu -33º graus matando 158 pessoas no país.
Além de granizo que caiu na cidade de Bagé no RS com tamanhos de bola de ping-pong que danificaram carros e deixou uma pessoa ferida e pôr fim a temperatura que cai repentinamente congelando pessoas, ainda não temos caso de ninguém que congelou instantaneamente como no filme mas uma temperatura que cai 32º graus em 9 minutos lembra a cena.
Atenção. Se ainda existir algum negacionista da crise climática que explique:
O país está em uma onda de calor intensa e perigosa e choveu gelo em Bagé e Candiota, no RS, essa madrugada.
O clima já ñ é um tema de filmes futuristas. É o desafio de agora! pic.twitter.com/j5DNSyiars
— Maria do Rosário (@mariadorosario) September 23, 2023
É claro que não poderia faltar os negacionistas em O Dia Depois de Amanhã e no mundo real, pessoas que negam de fato o que está acontecendo, sejam por interesses financeiros, fanatismo religiosos, político ou até mesmo a simples vontade de enganar pessoas ou procurar justificar sua existência com fantasias. Como o perfil abaixo de extrema-direita, que vive de postar sobre teorias conspiratórias negando qualquer problema com o clima e dizendo que está “tudo normal”.
O que alarma é que um estudo divulgado em julho deste ano, mostra que o filme O Dia Depois de Amanhã também pode estar certo sobre as correntes marinhas, segundo este estudo publicado por uma das revistas cientificas mais conceituadas do mundo, a Nature.
Um colapso das correntes oceânicas do Atlântico Norte – que transportam água quente dos trópicos para o norte – alterará significativamente as temperaturas, os níveis da água, o risco de condições meteorológicas extremas.
Mais precisamente, o sistema de correntes oceânicas com o nome abreviado AMOC “provavelmente” entrará em colapso por volta do ano 2057. Na pior das hipóteses, o colapso poderá ocorrer já em 2025.
Esta é a avaliação de dois professores que acabam de publicar um novo artigo científico com o sinistro título “Aviso de um próximo colapso da circulação meridional do Atlântico” (AMOC) na revista Nature Communications.
Exatamente como acontece em O Dia Depois de Amanhã, se isso for verdade não espere que o tempo fique limpo depois de algumas semanas de cataclisma global climático, e o que me deixa triste e saber que devemos morrer junto dos negacionistas de mãos dados em um esplendor do fim dos tempos. Uma das críticas ao filme são o tempo que as coisas acontecem (semanas) mas tudo o que citei neste artigo aconteceu no mundo a partir de dezembro de 2022.