A Crunchyroll lançou no dia 15 de agosto o anime “Fena: Pirate Princess”. Uma obra original em parceria com a Adult Swim.
É comum que ao ouvir esse nome, você espere que o anime seja intenso e cheio de violência, assim como os cartoons que a empresa produz, mas Fena vai na mão contrária desse movimento e entrega um shoujo relaxante e equilibrado.
A história acompanha Fena, uma órfã que não lembra de muitas coisas da sua infância. Ela é criada em um bordel como uma prostituta, mas decide fugir. Com a ajuda de alguns amigos ela se refugia na Ilha Goblin e descobre um mistério acerca da vida de seu pai e consequentemente de sua própria vida. Fena então, decide ir ao mar com sua tripulação pirata e desvendar esses segredos.
Lendo a sinopse, o anime parece muito básico e clichê, mas quando você senta para assisti-lo e os episódios vão passando, fica nítido que a história tem potencial para ser uma boa obra de aventura e romance.
Fena, a personagem principal é fofa e carismática, seu jeito inocente e desbravador ajudam a manter a atmosfera de um shoujo, com pitadas de aventura. Os personagens secundários são bem apresentados, suas habilidades e personalidades ficam explícitas de maneira natural.
O romance é bem típico de um shoujo, lento e inocente, é bem provável que no fim dessa temporada o máximo que aconteça entre o casal principal é um abraço ou mãos dadas na proa do navio pirata, ao pôr do sol.
Já as lutas tem seus altos e baixos. Durante os três primeiros episódios não é possível temer pela vida da Fena, mesmo com os planos dando errado, é óbvio que nada de mal vai acontecer a ela o aos seus amigos. A tensão nem sequer é construída para pensarmos algo assim.
A coreografia das lutas é bonita, os personagens parecem dançar em cena, e Yukimaru (interesse amoroso e amigo de infância de Fena) ganha mais destaque nesses momentos, uma forma de nos fazer simpatizar com ele, já que o personagem é tímido e não fala muito nos poucos momentos em que aparece.
Um ponto negativo é que o background inicial da Fena não parece impactar a história de nenhuma maneira. Fena cresceu em um bordel, sua virgindade foi vendida para o homem mais rico da ilha, e nos é mostrado como todas as mulheres, não apenas Fena, são tratadas como objetos. Mas isso não faz diferença nenhuma na personalidade da personagem ou na história em geral.
Em um momento ela diz como odeia homens e não confia neles (apenas em Yukimaru), em outro está fugindo com dois homens que ela acabou de encontrar, e com quem possui uma vaga memória, com ambos trabalhando como servos da sua família. Além de fazer amizade e confiar muito rápido em homens que acabou de conhecer na Ilha Goblin, saindo em uma aventura porque um deles disse que essa era a vontade do pai da Fena e o destino da própria.
A menos que esse tema das mulheres como produto e obrigadas a serem submissas e o trauma da personagem sejam mais aprofundados nos próximos episódios, a história do episódio inicial será totalmente descartável.
Os três primeiros episódios passam voando e é possível ver que mesmo com muitas lacunas entre presente e passado, o sentimento dominante é de que a história só está começando e que essas preocupações vão ser esclarecidas pelo roteiro com o decorrer da trama.
Fena: Pirate Princess tem tudo para ser um ótimo anime, a única coisa que precisa é de um bom desenvolvimento. Vamos esperar para ver se ao final dos 12 episódios o anime vai nos trazer essas qualidades.