J.R.R.TOLKIEN foi o maior gênio da literatura, criador das obras mais fantásticas que já existiram (O Silmarillion, O Senhor dos Anéis, o Hobbit entre outras), de um universo e de uma mitologia perfeita capaz de atravessar os anos e conquistar milhões de leitores em todo o planeta. O mestre inspirou escritores da nova geração e revolucionou a fantasia tal como a conhecemos, dando vida a um novo e encantador mundo (Terra Média <3). Afinal, quem nunca sonhou em visitar a Terra Média? Ver os Elfos, fumar com os Hobbits, beber com os anões, ou viver grandes aventuras? Acredito que todos os amantes de fantasia, ao menos uma vez na vida, foram cativados por alguma obra do Tolkien e se não foram, com certeza serão.
Como grande fã do Professor (como Tolkien é conhecido), sou praticamente devota de suas histórias; é tanto amor que chego a acreditar que elas são verdadeiras e que em algum momento na humanidade, um ser pequenino teve que destruir um Anel de poder e derrotar um Senhor do escuro.
J.R.R.Tolkien é sem dúvida um grande nome no mundo literário e por seu brilhantismo possui centenas de materiais publicados. Contudo, poucas pessoas fora do nicho dos fãs sabem da existência de algumas de suas obras que são tão legais ou tão bonitas quanto às famosas. Uma delas que eu considero extremamente especial é o conto “Folha, De Migalha” que está no livro “Árvore e Folha” um ensaio sobre contos de fadas no qual o autor apresenta inúmeros pontos de vista, visões, explicações e conceitos sobre o assunto. O livro é um dos meus favoritos, mas o conto do final definitivamente inundou meu coração com mais felicidade.
Folha, De Migalha narra à história de um pintor chamado Migalha que está prestes a partir em uma grande viagem, em decorrência disso ele decide fazer sua última e mais magnífica obra de arte com perfeição. Após enfrentar alguns problemas de rotina, pessoas detestáveis e situações chatas, Migalha finalmente parte inesperadamente rumo á uma jornada desconhecida que nos revela as profundezas do ser em busca da plenitude da alma e da essência do tempo. Ele não enfrenta batalhas épicas como Frodo, mas sim enfrenta uma batalha interna e um dilema existencial, esses que podem ser muito maiores e ferozes. Migalha alcança o transcendental.
Folha, De Migalha faz alegoria à vida, mas principalmente à mente e o viver no seu sentido mais amplo e completo. Em uma narrativa belíssima, cheia de metáforas e mensagens que nos leva a pensar muito sobre o mundo, sobre quem somos e o que fazemos com a nossa própria vida, Tolkien conta a história de um artista capaz de transformar a sua imaginação em um paraíso no Universo. O conto nos leva de encontro a uma importante questão: “O que eu estou fazendo com o meu tempo de vida?”, nos estimula a pensar sobre bondade, compaixão, solidariedade sem nos esquecermos da importância da organização e de se estar mentalmente saudável. Precisamos nos encontrar intimamente e nos preparar com força e fé para uma estrada que sempre será surpreendente, uma etapa da vida que jamais saberemos como realmente é, mas que lindamente podemos regar com nossa criatividade.
Particularmente esse é o texto de Tolkien que mais revela os seus pensamentos e sentimentos sobre o destino e seus desígnios, é carregado de emoções e verdades que vem de seus pensamentos mais intrínsecos, nos revela uma parte, uma ideia de sua própria espiritualidade e existência. O conto é de uma sinceridade, beleza e até mesmo magia inigualável. Recomendado tanto para adultos quanto para crianças, com as diferenças de como cada olhar vai absorver a história.
Revisado por: Bruna Vieira.