“Uma garota que se sente deslocada no mundo e só pode contar com seu melhor amigo“, quantas vezes você já viu essa história nas páginas? E quando essa garota se vê dividida pelo amor de dois garotos… essa também já é de praxe!
Ao começar à ler A Rainha Vermelha, você pode se pegar acreditando que será mais do mesmo; mas com o passar das páginas, sutis diferenças começam à surgir e o final é uma reviravolta emocionante e muito bem elaborada.
Mare Barrow é uma garota de sangue vermelho que vive em uma sociedade comandada pela elite de sangue prateado, os quais tem habilidades excepcionais, até então acreditando ser pelo seu sangue diferente. Os vermelhos são escravizados pelos prateados e vivem em condições precárias, sendo forçados à lutar na guerra contra reinos vizinhos, quando não conseguem emprego. Mare está disposta à fugir do seu destino de soldado até que tudo muda completamente e ela se vê tendo a chance de salvar a vida de todos os vermelhos de Norta (ou do mundo!). Infiltrada em meio aos prateados, Mare agora precisa jogar o jogo de seus até então inimigos e se envolve em uma trama cheia de magia, luta, traição, amor e dor.
A mistura de dobradores de água e terra com mutantes, e o medieval com o moderno, te fisga pelo ritmo constante da escrita de Victoria Aveyard, que conseguiu fugir do clichê que cansamos de ver em YA Books: aquelas linhas intermináveis contando todos os devaneios exagerados da protagonista. Os eventos acontecem seguidamente sem grandes pausas, e as descrições de cenários são simplistas ao ponto.
E você pode imaginar que seja mais um livro sobre amor adolescente num cenário fictício, mas A Rainha Vermelha, está mais para um livro de ação! Com arenas de lutas, e confrontos letais constantes, o livro agrada a vários tipos de leitores, não só dos YA. Os ganchos abertos para a sua imaginação trabalhar, também são um ponto forte nessa leitura. A autora deixa em aberto alguns pontos como as habilidades dos prateados: Quantas existem? Quais são? E com a apresentação de novos personagens poderosos, você se encontra fazendo os mesmos questionamentos e querendo saber quem tem a vantagem? Mas não se preocupem, amantes dos complicados casos amorosos adolescentes, eles também estão presentes; mas de forma sutil, sem exagero. Se você é daquelas que se apaixona pelo mocinho juntamente com a protagonista, saiba que também ficará dividida, igual ela! E claro, você ainda pode contar com aquela típica menininha que não gosta da protagonista simplesmente PORQUE NÃO, e que fará da vida de Mare um inferno. Mas também teremos a durona que ajudará nossa amada em sua jornada difícil e que por vezes, será fonte de inspiração.
Mare luta não só por ela e muito menos pelo seu amado (qual dos?), mas luta pela sua família e pelo seu povo. Ela não é a personagem chata, que por vezes nos cansa e chateia por seus atos mimados e dúvidas eternas; Mare decide, mesmo quando não está certa de sua decisão, toma parte, faz acontecer!
Te aconselho à ler esse livro sem mais demoras e sem espiar a contra capa, para que tenha a mesma surpresa que eu tive, sem ter a certeza do que acontecerá do começo ao fim!
A Rainha Vermelha é o primeiro livro de uma trilogia, seguido por A Espada de Vidro e Coroa Cruel.
E ainda podemos contar com uma futura adaptação cinematográfica de A Rainha Vermelha, ainda sem data divulgada, que será dirigida por ninguém menos que Elizabeth Banks.