O evento global que tem como intuito promover o cenário competitivo feminino, a primeira edição do GirlGamer Esports Festival no Brasil usará software de reconhecimento facial para comprovar que as players participantes do evento são de fato mulheres.
Essa decisão de fazer uso do software PlaysTv gerou um reboliço gigantesco entre equipes femininas, já que o mesmo não é exigido de equipes composta por pessoas do sexo masculino em festivais similares.
A equipe feminina Athena’s e-Sports se manifestou contra essa decisão, classificando o uso da PlaysTv como “uma situação que nos chateou muito”.
Em nota, o posicionamento, a equipe também fala sobre uma reação de uma das administradoras da BBL e-SPORTS quando questionada pela comunidade sobre o tema. Imagens do comentário e a identidade da administradora, no entanto, não foram reveladas.
“Sobre o uso do plays.tv, é exatamente para ter certeza de que são mulheres e não homens jogando”, escreveu a administradora no Discord da organização. “Homens não precisam usar o Plays.tv porque não colocam mulheres para jogar no lugar deles”.
Em um comunicado, a organização disse que o uso do software não é uma “medida de ataque a minorias, e sim uma forma de deixar as jogadoras mais seguras”, mas sim que foi algum tipo de requisição feita por algumas jogadoras.
“Durante o campeonato GirlGamer de League of Legends houve muitas solicitações das próprias jogadoras pelo uso do programa PlaysTV, que já grava a tela da jogadora e o microfone, como forma de verificação das equipes“, disse a BBL.
“Algumas jogadoras, inclusive, reclamaram dos jogos classificatórios sem o PlaysTV ou outro método de verificação in game. O uso de programas para verificação dos times é uma prática utilizada em diversos torneios ao redor do mundo. O uso do PlaysTV durante as próximas partidas do torneio GirlGamer não é uma medida de ataque a minorias, e sim uma forma de deixar as jogadoras mais seguras“, reforçou a organização.
Através do pronunciamento desse comunicado, a BBL afirmou ainda que os “torneios femininos são uma forma que a BBL encontrou de criar um ambiente seguro para o desenvolvimento de mulheres no e-sports” e que por isso busca “alternativas que deixem as jogadoras mais seguras de participarem das competições”.
“Não se pode ignorar também a possibilidade de fraudes dentro da competição e essa é mais uma forma encontrada de legitimar todas as participantes do campeonato“, anotou a organização.
Entretanto, a BBL fez o mínimo e se desculpou publicamente pelo “infeliz comentário da administradora do torneio“, dizendo que “se desculpou diretamente com a responsável da equipe Athena’s pela situação“.
O cenário de jogos eletrônicos apesar de ter avançado bastante na competição feminina, ainda é cruel com as mulheres. O que nós podemos vivenciar, infelizmente, ainda é sempre muito preconceito, além de uma visão sexista e machista.
A primeira etapa presencial da GirlGamer Esports Festival acontece em São Paulo, na Arena Bad Boy Leeroy (BBL), entre 5 e 6 de outubro. Para mais sobre o torneio, visite o site oficial do GirlGamer Esports Festival.