O renomado diretor Guillermo del Toro tem uma posição firme e crítica sobre o uso de inteligência artificial no cinema, especialmente em seus próprios projetos, que ao longo de décadas exploram os gêneros fantasia, terror, drama e animação com reconhecimento internacional.
Em uma recente entrevista, Del Toro declarou que preferiria “morrer” a usar IA em qualquer um de seus filmes ou projetos futuros, em qualquer contexto artístico. A afirmação foi feita durante a exibição de seu novo longa da Netflix, Frankenstein, onde o diretor comparou o uso da tecnologia à “arrogância”. O filme estreia na Netflix em 7 de novembro e já desperta expectativa por sua abordagem sombria e crítica sobre criação e responsabilidade.

“IA, especialmente IA generativa – não estou interessado, nem nunca estarei interessado”, disse Del Toro. “Tenho 61 anos e espero continuar desinteressado em usá-la até o fim da vida. Outro dia, alguém me enviou um e-mail perguntando: ‘Qual é a sua opinião sobre a IA?’ Minha resposta foi bem direta. Eu disse: ‘Prefiro morrer.’”
O cineasta, conhecido por obras como O Labirinto do Fauno, destacou que o problema não está na tecnologia em si, mas na “estupidez natural” que pode levar ao uso irresponsável da IA. Ele apontou que esse comportamento alimenta muitos dos problemas contemporâneos e comparou seu personagem Victor Frankenstein aos desenvolvedores de IA.
“Eu queria que a arrogância de Victor [Frankenstein] fosse, de certa forma, parecida com a dos irmãos da tecnologia”, afirmou. “Ele age meio às cegas, criando algo sem pensar nas consequências, e acho que precisamos parar um pouco e refletir sobre o rumo que estamos tomando.”



