A autora da série de livros Harry Potter, J.K. Rowling, voltou a criticar sua ex-amiga Emma Watson depois que a atriz declarou estar aberta ao diálogo.
Nota do Editor
Esta obra está vinculada à autora J.K. Rowling, conhecida por declarações transfóbicas e por se posicionar contra os direitos das pessoas trans, especialmente no Reino Unido.
Em um longo post de quase mil palavras, Rowling respondeu à última entrevista da atriz que abordou o assunto, criticando Watson por suas opiniões “ignorantes” sobre os direitos dos transgêneros e mencionando a carta que arruinou seu relacionamento.
Rowling declarou que Watson tem o direito de expressar suas opiniões, mas mostrou irritação com o fato de a atriz de Adoráveis Mulheres e Daniel Radcliffe “continuarem agindo como porta-vozes oficiais do mundo que criei”. Segundo Rowling, o rompimento no relacionamento ocorreu em março de 2022, quando Watson apresentou um prêmio no BAFTA Film Awards e iniciou seu discurso dizendo: “Estou aqui por todas as bruxas”.

Rowling disse que o comentário de Watson veio em um momento em que “ameaças de morte, estupro e tortura contra mim estavam no auge” em meio à disputa pelos direitos trans. A autora também disse que a atriz escreveu em segredo para ela uma carta dizendo que estaria preocupada com a situação da escritora.
“Emma pediu que alguém entregasse uma nota manuscrita dela para mim, com a frase ‘Sinto muito pelo que você está passando’ (ela tem meu número de telefone). Emma tinha acabado de derramar mais gasolina nas chamas, mas pensou que uma expressão de preocupação de uma linha dela me tranquilizaria de sua simpatia e bondade fundamentais”
Rowling afirmou que as opiniões de Watson sobre os direitos dos transgêneros vêm de um lugar de ignorância, já que sua riqueza a impede de usar enfermarias hospitalares ou vestiários “unissex”, além de sempre estar acompanhada por seguranças em espaços públicos, deixando claro que ela vem de um lugar de privilégio proporcionado por sua obra.
“Eu não era um multimilionária aos quatorze anos. Vivi na pobreza enquanto escrevia o livro que tornou Emma famosa. Por isso, sei por experiência própria o impacto da destruição dos direitos das mulheres, algo que Emma apoiou com tanto entusiasmo, sobre mulheres e meninas que não compartilham de seus privilégios”

Ela continuou: “A grande ironia aqui é que, se Emma não tivesse resolvido em sua última entrevista dizer que me ama e me valoriza – uma mudança de postura que suspeito ter sido adotada ao perceber que a condenação total de mim já não está tão na moda – eu talvez nunca tivesse sido tão sincera.”
“Os adultos não podem simplesmente se unir a um movimento ativista que frequentemente defende o assassinato de um amigo e depois reivindicar o direito ao amor desse ex-amigo, como se ele fosse sua própria mãe. Emma tem todo o direito de discordar de mim e até mesmo de expressar seus sentimentos publicamente, mas eu também tenho esse direito e finalmente decidi usá-lo”



