Você está preparado para a volta de Claire Underwood? A sexta e última temporada de House of Cards só chega na Netflix no dia 2 de novembro (sim, no feriado de finados!), mas nós já tivemos acesso aos cinco primeiros capítulos (são oito no total). A série se despede sem Kevin Spacey, co-protagonista e produtor-executivo. O intérprete de Frank Underwood foi afastado da série em 2017, após diversas denúncias de assédio e abuso sexual. Desde então, o público especula se a série manterá seu padrão de qualidade sem Spacey e se Robin Wright, agora protagonista solo e também produtora-executiva, dará conta do recado. Confira nossa crítica!
“Estrela solitária”. É este o codinome presidencial que o Serviço Secreto escolheu para Claire Underowood (Robin Wright). A metáfora se encaixa perfeitamente para a intérprete e a personagem. Robin, agora protagonista solo de House of Cards, prova mais uma vez seu talento inquestionável e brilha dentro e fora da tela. Claire, agora sem o apoio do homem que esteve ao seu lado nos últimos 30 anos, carrega o mundo nas suas costas sem o apoio dos americanos e da imprensa. Os 100 primeiros dias da sua administração são tão caóticos que ela até considera um atentado contra sua vida no primeiro episódio como o “primeiro sinal de respeito” que ela recebeu desde que assumiu o cargo de presidente dos Estados Unidos.
A “Presença de Francis” traz um ar de suspense e conspiração como nunca vimos antes na trama. Ainda não temos muitos detalhes sobre a morte do personagem de Kevin Spacey, mas Claire afirma para o espectador que se trata de um assassinato. Francis não existe mais fisicamente, mas suas atitudes continuam influenciando a vida da Claire e Doug Stamper (Michael Kelly), que não conseguem romper este elo de ligação por conta das bagunças que Francis deixou no caminho para eles resolverem.
Nesta nova temporada conhecemos a Claire Hale, que teve uma infância marcada pela misoginia. Esta volta ao passado e a quebra da quarta parede é essencial para compreender melhor a enigmática Claire Underwood. Conhecemos também a poderosa família Shepherd, a representação do “poder por trás do poder” de Washington, D.C. O clã não mede esforços para obrigar a presidente a cumprir uma agenda de interesses da Shepherd Unlimited. Claire e Annette Shepherd são “amigas” de longa data e protagonizam momentos repletos de tensão, mas com uma pitada de cumplicidade de quem sabe muito da vida uma da outra. A dobradinha Robin Wright e Diane Lene é uma das melhores coisas desta temporada!
A saga de Tom Hammerschmidt (Boris McGiver) e Janine Skorsky (Constance Zimmer) para desvendar dos crimes dos Underwood não empolga. Aliás, o núcleo jornalístico não empolga mais desde a morte de Zoe Barnes, na segunda temporada. Uma jornalista envolvida com Duncan Shepherd (Cody Fern) foi incluída na trama para criticar Claire, mas também só é mais do mesmo e ainda não causou nenhum dano grave para a presidente.
Morte forjada, vice-presidente chantagista e conspirador tendo o que merece, crise Síria, bate-boca acalorado entre Jane Davis (Patricia Clarkson) e Viktor Petrov (Lars Mikkelsen) e Claire ensinando para o público como simular choro foram alguns dos pontos dos pontos altos destes cinco episódios e que me deixaram sedenta para saber o fim de uma das anti-heroínas mais bem construídas da atualidade. Algumas situações exageradas? Claro que sim, mas é como dizia o finado Frank Underwood: “A política deixou de ser só teatro, é puro entretenimento”. A vida real não tem deixado a desejar. Será que o Castelo de Cartas da viúva de Francis irá desabar?