Inferno talvez seja o filme da série de Robert Langdon que comece com mais emoção do que os anteriores O Código Da Vinci e Anjos e Demônios (que diga-se de passagem, eu amei). Porém, talvez exista uma parcela do público que venha a se decepcionar com o filme, e estes meu caro, são os leitores da saga Inferno.
Não pensem que o filme seja ruim por isso, ele funciona como adaptação, porém as reviravoltas do longa só são sentidas pelo público que jamais leu a obra, ou seja, para o público que conheceu Inferno através do livro, somente o final e algumas informações básicas venha a ser uma surpresa, porém talvez, esta não muito agravável.
O filme em si funciona, na minha opinião, é o filme com mais vibração da série, o roteiro e o enredo são fantásticos, talvez o pecado do mesmo seja em esquecer algumas pessoas, por exemplo um dos amigos do professor Ignazio Busconi, este é apresentado no longa mas não ficamos sabendo o que lhe aconteceu, mesmo depois do filme não temos notícias, e não fica claro se ele está escondido ou se morreu em algum momento. Mas aos poucos os demais enigmas são solucionados, o que torna as coisas mais fluidas e talvez mais vibrantes. Houve momentos em que eu pulava da cadeira. O filme passa tensão e marca Ron Howard na direção. Toda a mitologia de Dante também é bem trabalhada, bem explicada e a vontade que fica é sair do cinema e pesquisar mais sobre o assunto.
Tom Hanks novamente está um arraso como o professor Robert Langdon, talvez não exista outro ator que consiga capturar a essência do personagem quanto o vencedor do Oscar, então não espere o mais do mesmo (não que isso seja uma coisa ruim, mais do mesmo de Robert Langdon é sempre bem vindo). Felicity Jones como a Dra. Sienna Brooks entrega uma personagem real e idêntica a proposta do livro, logo, não esperem deturpações bizarras a respeito dela no longa. Talvez a química entre os dois atores, Tom Hanks e Felicity, não seja tão marcante quanto as mocinhas que estiveram em Anjos e Demônios e em O Código Da Vinci, o fato porém não tira a delicadeza do filme e acredito que passe despercebido por grande parte do público.
Uma coisa que me fez gostar muito do longa é a forma que O Consórcio foi imaginado fora do livro, o que basicamente o torna idêntico ao livro. Irrfan Khan que vive Harry, chefe do grupo que trabalha com governos e quem puder pagar mais, entrega um personagem autêntico, tão inescrupuloso e até mesmo culpado quanto no livro, talvez este seja uma das coisas que mais venham agradar os fãs, já que é o grande ponto do livro. Sidse Babett Knudsen vive a chefe da OMS Elizabeth Sinskey, tem mais química com Tom Hanks do que Felicity Jones e talvez faça com que as pessoas possam se identificar até mais com esta personagem do que com a mocinha do lado do Tom. Omar Sy de Os Intocáveis, poderia ter mais tempo de tela, o personagem dele é implacável em todo o filme e tem um ar sombrio como precisa ser, o que mostra a capacidade incrível do ator em interpretar personagens que precisam demonstrar estar sobe pressão.
Com elenco estelar, trilha sonora de Hans Zimmer e final que deixa uma brecha para uma continuação, por se tratar de menos apoteótico do que no livro, Inferno é o grande lançamento deste fim de semana e talvez um dos melhores filmes do ano.
Inferno, estreia hoje (12). O filme é ótimo! Vale apena assistir.