Eis um filme brasileiro dirigido e interpretado por Alexandre Machafer que emocionou ao público forma genuína com seu personagem. Jorge da Capadócia retrata a história de São Jorge, um santo católico, padroeiro dos guerreiros, cavaleiros, arqueiros, escoteiros e esgrimistas, segundo o Vaticano.
Também conhecido como Ogum, para os espíritas (apesar de suas histórias serem diferentes, mas sua representação é a mesma na Umbanda por conta do sincretismo).
Um notável guerreiro fidedigno à sua religião cristã, incapaz de renega-la diante da perseguição do atual imperador de Roma, Dioclesiano, que impõe apenas sua crença nos deuses romanos como soberana.
Meados do século III d.C. nasceu Jorge, um jovem que se alistou para ser soldado e logo se destacou dentre tantos, tornando-se capitão do exército romano. Posteriormente, fora encarregado de liderar tropas em buscas de imagens e relíquias religiosas contrárias a fé do imperador.
Sabendo de sua fé e de toda a população, e sem mais nada a perder, ele decide enfrentar o imperador. Assim se desenvolve a história, conhecida por muitos, e ainda assim, o diretor conseguiu nos arrancar a aflição dos flagelos, da tortura, da injustiça. É como se o final fosse desconhecido por todos, contado pela primeira vez, tamanha a emoção em assistir a história, nos permitindo sentir a dor, a tristeza e o medo de quem ousa se opor à ordem de negar a Deus.
O enredo se desenvolve de forma leve quando retrata a serenidade de quem crê em Deus. Filmado em um cenário que remete a época, atual Turquia, somos capazes de sentir a energia branda do lugar, onde não há como negar, que Deus se faz presente ali. Mas também sentimos a fúria, a violência ali presente. Jorge sofreu muito, brutalmente torturado e sobrevivente por milagres.
Seu sangue derramado curava enfermidades. Sua oração trouxe seu grande amigo de volta a vida, morto pela causa. Um homem forte, corajoso, que se entregou a sua fé e sua missão de vida em combater a perseguição ali imposta. Foi decapitado no ano de 303 d.C. e comemoramos o dia 23 de abril em sua homenagem. Alexandre Machafer superou na sua atuação, ele viveu o personagem, se transformou, de fato, em jorge.
A retratação do dragão que está sempre nas imagens do santo, é perfeitamente encaixada no filme, fazendo alusão ao mal combatido por Jorge, se mostrando imponente, feroz, símbolo de poder e força. Tal como aqueles que se opunham a ele e corajosamente os combateu. Nada de misticismo ou fantasias.
Jorge da Capadócia superou as expectativas. Uma obra muito bem escrita e encenada, causando comoção a quem vê. Nos faz lembrar que a fé move montanhas e faz milagres. Vale muito a pena assistir a história de um dos santos mais conhecidos do catolicismo, padroeiro da Geórgia, Inglaterra e Etiópia.