Elojob é uma prática ilegal dentro dos jogos online. Se trata de nada mais e nada menos do que uma manipulação de dados ranqueados. Também conhecido como Eloboost, favorece aquele que pagou pelo serviço e a pessoa que recebeu, prejudicando os demais jogadores e tornando a comunidade dos jogos mais insuportável. O elojob é uma prática proibida e resulta em banimento de conta, pois destrói o servidor em todos os níveis, pelo fato da discrepância de habilidades e elos.
No League of Legends estas práticas, pelo menos na minha opinião, são mais recorrentes e possuem mais faturamento. Fazendo uma rápida entrevista em torno das pessoas que eu conheço e jogam League of Legends, a maioria me disse que o mais agravante não é o elojob, mas sim os trolls e afks. Logo, eles preferem que a Riot priorize a retirada destes do que do próprio elojob. Só que na minha humilde opinião, uma coisa leva a outra. Lógico que nem todos os trolls e afks do universo existem por causa de Eloboost, mas quem tem possui uma certa responsabilidade. Já a outra parcela que questionei são os próprios jobbers. Para estes, o Elojob é um meio de sustento, pois é possível retirar uma média de R$1000,00 a R$3000,00.
Todavia, os Jobbers (como são chamados) afirmam que esse trabalho não é para qualquer diamante, muito menos para quem não tem disposição, afinal, para trabalhar com isso você tem que disponibilizar no mínimo 12 horas do seu dia para ficar jogando nas contas de outras pessoas. Eles até concordam que o Eloboost é errado, contudo, consideram que é uma forma de ‘‘dinheiro fácil”. Eles afirmam com todas as letras que 90% das pessoas pedem elojob, apenas para se exibir, a intenção é ”massagear o ego”. Já os outros 10% dividiriam da seguinte forma: 5% das pessoas que pedem elojob realmente aprendem depois que sua conta é upada e os outros 5% são os verdadeiros trolls e afks da soloQ. Lógico que isso é uma estimativa jogada, não sendo possível dados mais concretos.
Para você que joga e deve conhecer, existem muitas empresas que fornecem elojob sem nenhum tipo de fiscalização, pesquisa ou punição da Riot Brasil. Estas possuem esses serviços através de pages no Facebook ou de um Portal Online. O cliente poderá pagar entre R$35,00 a R$2.350,00, isso vai depender de qual divisão você se encontra e até onde você quer chegar. A partir disso, você solicita e entra em contato com um dos jobbers que vai upar sua conta até o elo desejado. Funciona mais ou menos assim: o cliente contata um administrador, esse administrador gera a ordem de pagamento e depois de confirmado o pagamento, o cliente ativa seu boost e este vai geralmente para uma intranet da empresa onde o booster tem a sua disposição pegar ou não a conta. Depois de pegar, o cliente vai poder se comunicar com o booster e ao final avaliar, podendo ainda se quiser, doar um valor, como se fosse uma ”caixinha”.
Dependendo de onde você quer colocar a conta, eles entregam em até 24 horas o trabalho. Estas empresas possuem serviço também de duoboost, que se trata de aulas interativas com jogadores bons, e eles vão ”duo” com você, ou seja, ao invés de jogar na sua conta eles jogam com você e ainda te ensinam como jogar, prestando atenção no mapa, aprendendo as plays e a visão de jogo. Estas práticas em si, são mais caras, porém tornam o server menos tóxico, ou seja são 0% agravantes se você for parar para pensar.
Conversando com funcionários da empresa EloRocket (empresa que oferece estes serviços) eles me confidenciaram que, quando algum jogador do competitivo está dentro da empresa atuando como joober, a empresa geralmente fatura o dobro de lucro ao ano. Isso acontece porque os clientes veem os jogadores que já foram do competitivo com muita credibilidade. Uma destas empresas consegue ter até 40 funcionários trabalhando diariamente e upando contas para pessoas desesperadas por um elo mais alto. Chegando a lucrar cerca de 200 mil por ano.
Abaixo podemos ver a Elo-Rocket divulgando seus serviços.
Casos famosos de elojob no cenário competitivo
Em 2014, a Riot Games passou por um escândalo de elojob absurdo em torno de jogadores profissionais. Foram cerca de 13 contas profissionais banidas por um ano, dentre elas estavam as contas dos jogadores do antigo time 7w ( não existe mais). Os jogadores, quando passaram um ano, foram liberados pela Riot Games para continuar suas carreiras como profissionais. Se um ano foi o suficiente para uma punição eu não sei, mas que muitos deles aprenderam a não fazer mais, com certeza. A prova viva disso é o jogador André esA que atualmente tem uma carreira extremamente bem sucedida pelo time da KeyD Stars.
Em seu pronunciamento no ano de 2014, a empresa Riot Games pediu desculpas pelo ocorrido e afirmou que iria cuidar para que nunca mais isso possa se repetir: ”Nós levamos essas e todas as outras denúncias muito a sério. Qualquer forma de manipulação de fila e MMR são muito prejudiciais para o sistema de partidas ranqueadas e o nosso objetivo maior é fornecer um ambiente competitivo para que os jogadores possam alcançar o máximo de suas habilidades[…] mais de 35 contas foram investigadas, sendo que 30 dessas foram suspensas permanentemente.” Uma possibilidade que, particularmente, penso que pode ter acarretado para estes jogadores buscarem o elojob, é que além do dinheiro fácil, existia uma grande desmotivação pelo cenário naquela época.
A Riot Games prometeu que seria mais severa em relação a este tipo de comportamento ilegal e cumpriu. Recentemente, um dos maiores patrocínios de e-sport foi proibido de apoiar qualquer time, empresa e/ou instituição que esteja ligada ao League of Legends. A empresa que tomou esta punição não é ninguém menos que G2A, uma plataforma de comercialização dos jogos. O motivo era muito simples: foi possível encontrar contas e serviços de elojob à venda no próprio site da empresa, o que é proibido pela desenvolvedora. As equipes patrocinadas pela empresa tiveram de cobrir o emblema da companhia nos uniformes. A suspensão foi global e o fato ocorreu no mês de junho por volta do dia 13.
Mas não para por aí: nesta mesma data, o time RED Canids anunciou a contratação do Top laner Daniel “Daniquest” Cerruti para o 2º Split do Campeonato Brasileiro de League of Legends (CBLoL) 2016, mas 15 minutos após a sua contratação a empresa Riot Games Brasil baniu o jogador do competitivo por um ano por conta da prática de elojob. Daniquest assumiria o posto que tem sido ocupado por Marcelo “Ayel” Mello. Segundo o dono do RED, Felippe Corradini, a equipe ficou sabendo do ban no momento de inscrevê-lo e, por conta disso, a Red não perdeu pontos na competição.
No mês de maio de 2016, um grupo hacker atacou uma empresa famosa de elojob afirmando que eles iriam divulgar todas as contas que estes já haviam upado desde então. Dito e feito, o grupo divulgou todas as contas com Login, Senha, e Nome de Invocador no twitter pessoal deles e ainda denunciou todas elas para a Riot Games banir, e esta realmente puniu todas aquelas contas que foram upadas por jobbers. H3lls1ng, um dos membros do grupo, conseguiu entrar dentro do banco de dados de um dos maiores sites de elojob do Brasil. O nome da empresa que foi hackeada era a EloMax.
Mesmo com a seriedade que os jobbers fazem o trabalho deles, ainda assim, é uma prática ilegal que deve ser combatida. Deve-se ter consciência que é uma atitude negativa e que, atrelado a isso, sempre tem graves conseqüências. A verdade é que cada jogador deve ter seu próprio elo de acordo com as habilidades que ele possui. Se você quer subir para ostentar, faça por você mesmo, faça por merecer. A melhor forma de realizar uma denúncia de elojob é escrevendo um ticket para a Riot no Suporte do Jogador.
Após o escândalo de 2014, a Riot vem oferecendo todo ano recompensas para os jogadores bonzinhos que não xingam durante os games, e todo final de season eles revistam as contas e aquelas que forem comprovadas por elojob não recebem as recompensas de final de ano. Além disso, a Riot vem trabalhando recentemente em um sistema que faça com que afks não prejudiquem os times.
Então, eu digo a vocês que finalmente o lolzinho tende a melhorar. Vamos torcer!
Revisado por: Bruna Vieira.