A cultura pop é um movimento que decerto marcou e ainda marca muitas pessoas, e mesmo grandes gênios da atualidade que já fazem parte desse cenário, também tiveram os seus momentos de fã e foram cativados por outras obras e artistas que os inspiraram e ajudaram a compor sua infância e adolescência.
O mais interessante de tudo é poder ver as memórias dessas pessoas registradas de alguma forma, como a do pequeno grande George R.R. Martin, o futuro escritor de apenas 16 anos que escreveu uma carta para seus ídolos, Stan Lee e Jack Kirby, mestres da Marvel Comics.
A carta de Martin foi postada no Imgur por um leitor de HQs que tem a edição na qual ela foi publicada. Apesar da idade, George Martin já possuía um senso crítico, era observador e fazia ótimas análises.
Leia a carta na íntegra:
“Queridos Stan e Jack, outro mês, outro monte de clássicos, mas o que mais poderia se esperar de vocês, camaradas! O Quarteto Fantástico #29 foi mais uma vez sublime com o lindo desenho de Kirby-Stone dando o impacto correto à brilhante história do Stan. Quanto ao último painel na página 11, eu poderia falar sobre ela o dia inteiro e ainda assim não ficaria sem palavras. Quando meus pequenos olhinhos redondos olharam famintos pela primeira vez para aquele painel, bombas de hidrogênio explodiram dentro do meu cérebro e eu fui levado embora pelo esplendor absurdo dele. Por favor, rapazes, não façam isso tão ocasionalmente a não ser que vocês queiram me ver morrer jovem! Entretanto, lamento informá-los que eu encontrei um pequeno defeito no que seria essa perfeita obra de arte, um pequeno defeito que, lamentavelmente, é muito comum com vocês. Da última vez que vimos o Fantasma Vermelho em Quarteto Fantástico #13, ele estava preso na lua sendo perseguido por três superpoderosos macacos lívidos de ódio e apontando o raio paralisador do Sr. Fantástico nele. Agora de repente vocês o trazem de volta em pleno controle de seus macacos sem uma única palavra de explicação. Essa não é a primeira vez que vocês trazem de volta um vilão sem explicar propriamente como. Vocês fizeram isso quando reviveram o mestre de Brinquedos em Quarteto Fantástico #14 depois do tê-lo anunciado como morto no Quarteto Fantástico #8. Alguns cientistas – não conseguem dizer se o camarada tá vivo ou morto mas é gênio o suficiente pra inventar um super-raio-amplificado-poderoso-cósmico-radioativo-uau do nada! Conclusão, desejo a vocês boa sorte em todas as próximas edições, mas Stan, não tire vilões que já foram do seu chapéu. Da próxima, conta pra gente como que eles voltaram à cena– ok? ok!”
A carta foi escrita em 1964 e publicada no volume 29 de “O Quarteto Fantástico”.
Revisado por: Bruna Vieira.