Alguns críticos renomados do cinema dizem que você sabe se o filme vai ser bom ou não já no primeiro minuto de exibição; em Logan, esse primeiro minuto dá o tom, o ritmo e o foco do filme. Tudo é mais sério do que um filme da Marvel jamais foi, e assim os rumores de que “Logan é o Cavaleiro das Trevas da Marvel” fazem muito sentido.
Em um roteiro espetacular, os dois personagens mais amados e constantes na equipe dos X-Men, Professor Charles Xavier e Wolverine, estão juntos com um mutante chamado Caliban, que aparentemente tem um passado diretamente ligado à quase extinção dos mutantes, mas nada completamente explicado. Caliban (Stephen Merchant) é um homem com alta intolerância ao sol e que literalmente fareja mutantes de quilômetros de distância, e tem um papel essencial na trama, algo que ninguém esperava devido a falta dele nos trailers.
A personagem chave da história, a mutante Laura, também conhecida nos quadrinhos como “X-23”, nome que pouco aparece no filme foi tão esplendidamente interpretada por Dafne Keen que frequentemente se esquece que ela é uma criança, em meio a tanta violência e sangue, você simplesmente aceita, e as semelhanças entre ela e Logan são tão grandes que é quase engraçado vê-los duelando por liderança em algumas partes do filme, e em outras o mais velho impondo sua autoridade sobre a menina que não entende muito do mundo real.
Hugh Jackman aparece exatamente como nos trailers, um Logan cansado depois de tantos anos, e lutando pelo que resta da vida que conhecia. Como sempre, o australiano dá vida e rosto ao personagem violento e durão dos quadrinhos mas, neste filme, os expectadores podem esperar ver um lado mais sentimental do personagem. Afinal, Wolverine é um homem como qualquer outro. E, apesar de um dos melhores filmes de heróis já feitos (um meio conhecidamente leve e às vezes até mesmo superficial) Logan traz algumas reflexões, como o valor que deveríamos dar aos amigos e família, algo que vêm perseguindo o personagem desde seu início em X-Men: Origens – Wolverine: “pessoas com as quais ele se importa costumam ser machucadas”.
Como citado, o filme deixa algumas lacunas aparentes que a Fox provavelmente irá preencher ainda, como quem foi Caliban, e qual foi o evento que causou a decaída mental do Professor, que a essa altura da vida já se apresenta um tanto quanto debilitado.
Apesar disso, a amizade criada entre Charles e Laura, desde o início, encanta, e se mistura à relação conturbada dos dois velhos amigos, extremamente conturbada, porém ainda muito bonita. Os dois parecem querer ensinar à menina como a viver no mundo real, cada um à sua maneira, se tornando pessoas pelas quais ela se importa. Charles até mesmo mostra um filme a Laura, que a marca, sendo uma frase marcante para o filme, algo mais ou menos como “Um homem deve ser aquilo que é. Não se pode quebrar a fôrma”.
O filme Logan é algo que deve ver de peito aberto, pois o coração se aperta e você deve se permitir chorar, pois pode ter certeza que os ao seu redor também vão. Os eventos deste filme causam uma comoção inexplicável, tanto em fãs de anos quanto a recém-chegados, por serem dores e situações fáceis de se entender, e difíceis de aceitar. Às garotas que vão ao cinema: não cometam o mesmo erro da que vos fala de se maquiarem antes. É um erro.
O tão esperado último filme de uma saga de 17 anos de Jackman como o homem das garras de adamantium é mais do que esperávamos, e tudo o que merecemos. As referências aos filmes passados são poucas mas estão ali e, acima de tudo, a essência do personagem está ali para dar o sentimento de fim justificado.
Para acabar, o que podemos dizer é: escutar Hurt nunca será a mesma coisa; e no fim, tudo acaba com um X. E essa referência vocês só irão entender no dia 2 de Março, quando o filme sair nos cinemas brasileiro e vocês, claro, irão com certeza assistir a obra prima de Hugh, do diretor James Mangold e dos estúdios Fox.