Magnus Chase está morto, o primo de Anabeth Chase, morreu no primeiro livro, mas calma, como eu já avisei, na mitologia nórdica quando se morre como herói as coisas são bem diferentes no “pós morte”.
Se você não leu o primeiro livro, eu aconselho a parar por aqui e ir ler as outras matérias do Cabana do Leitor, porque terá spoilers. Vocês foram avisados.
Nesse segundo livro Magnus deverá encontrar o martelo de Thor e impedir um casamento, mas vamos por partes.
Seis semanas se passaram desde o dia em que Magnus Chase morreu, ele foi parar em Valhala, descobriu que é filho de Frey e deixou de ser morador de rua, mas pouca coisa mudou nessas semanas, já que o martelo de Thor ainda está desaparecido e os inimigos do deus do trovão estão preparando um ataque a Midgard. Agora, como já era de se imaginar, resta ao nosso Kurt Cobain em miniatura, e seus amigos, resgatar o martelo e evitar outro ponto de ignição do Ragnarok.
Mas não é só isso, Loki marcou o casamento de Samirah com um gigante, e essa é a missão deles, Magnus, Sam, Alex (personagem nova (o)), Blitz e Hearth tem exatos cinco dias para impedir um casamento, recuperar o martelo de Thor e impedir os planos de Loki!
Eu queria falar um pouco sobre a (o) personagem novo, Alex Fierro que chega a Valhala, uma cria de Loki que é um Argr, ou melhor, um semideus de gênero fluido, que transita entre ser do sexo feminino e masculino tão espontaneamente como acorda todas as manhãs. Alex parece ter uma interação genética com Loki totalmente diferente daquela que Sam possui, já que a semideusa parece conviver facilmente com os poderes herdados do deus e sem toda aquela culpa que Sam possui, apesar de odiar o deus igualmente à irmã.
Interessante o fato de que Rick Riordan sempre inclui as minorias em seus livros. Ao dar visibilidade a um grupo que até mesmo dentro do próprio movimento LGBT é ignorado e luta para ser reconhecido. Colocar esse tipo de discussão dentro de um livro infantojuvenil é definitivamente uma sacada de mestre.
“Essa coisa do gênero não foi o que me surpreendeu. Uma porcentagem enorme dos adolescentes sem-teto que eu conheci teve um gênero atribuído ao nascer, mas se identificava com outro, ou sentia que o binário garoto/garota não se aplicava a eles. Eles iam parar na rua porque, pasmem, suas famílias não os aceitavam. Nada mais amoroso do que jogar seu filho não heterossexual na sarjeta para que ele experimente abuso, drogas, altas taxas de suicídio e perigo físico constante. Valeu, mãe e pai!”
Eu realmente amo a maneira que Rick Riordan escreve, esta é fluida, tranquila e cativante, além de ser uma leitura descontraída e cheia de surpresas, embora siga a mesma “receita de bolo” de outros enredos, uma jornada em busca de algum artefato mágico, mostrando o protagonista cruzando com elementos da mitologia em questão no caminho, e derrotando monstros com a ajuda dos seus amigos, o autor soube fazer de uma forma extremamente elaborada, assim, não parece algo forçado e sim natural e esperado.
O livro é narrado em primeira pessoa, através dos olhos de Magnus, e vemos que ele continua sendo um personagem incrível. Justo, leal, com uma tendência a se dar mal e com um humor irreverente.
Eu definitivamente me emocionei com o passado de Hearthstone, nós ficamos sabendo um pouquinho da vida do Elfo no primeiro livro, mas agora, nós passamos a conhecer o pai dele, e de tudo que ele sofreu na infância e de como ele se esforça para superar.
A conclusão da obra foi mais uma vez de tirar o fôlego e fiquei estarrecida ao virar a última folha e me deparar com o dizer “prepare-se para o desfecho da série”. Eu realmente gostaria que Magnus Chase e os Deuses de Asgard fosse uma série com cinco volumes, mas ao que parece trata-se de uma trilogia. O Navio dos Mortos é o livro que vai encerrar a saga e deve chegar às livrarias em outubro de 2017, simultaneamente em vários países.
Depois de ler esse livro como eu me senti?
Para a resenha do primeiro livro clique aqui.