NERVE: você é um observador ou um jogador? Os desafios, feito por anônimos, colocam em prova seus maiores medos; se aceitar fique famoso e rico, se falhar perca tudo, talvez, até sua própria vida. Mas do que um enredo incrível, o filme dá aos seus espectadores a chance de pensarem sobre nossa geração cibernética.
Em pleno auge de Pokémon GO! e todo o debate sobre a nossa “escravização tecnológica” faz com que o filme caia como uma luva em nosso cotidiano ao abordar temas como viver em função da internet, o cyberbullying e suas graves consequências.
A protagonista (Emma Roberts) apelidada de Vee, é uma jovem garota saindo do ensino médio e se preparando para a faculdade, é introspectiva e nunca toma riscos, estes mesmos motivos acabam com que Vee e sua amiga Sydney (Emily Meade) entrem em discussão fazendo com que Vee decida tomar coragem de sair de sua zona de conforto e entrar, então, em NERVE como jogadora. Ela acaba conhecendo Ian (Dave Franco) outro jogador de Nerve, com quem fará uma espécie de parceria para cumprir os desafios feitos pelos observadores, porém, ao decorrer do filme, esses desafios ficam cada vez mais perigosos.
O enredo se desenrola de forma simples, divertida e gostosa de assistir, especialmente pela direção de arte, que é surpreendentemente bonita, interessante e caprichosa, contendo várias cenas que utilizam diversos efeitos de luzes, principalmente as luzes neons que deixam o filme ainda mais com cara de tecnológico e a própria cidade noturna de Nova York que tem suas luzes muito bem aproveitadas. Os efeitos tecnológicos também são muito bem feitos e bem utilizados; lentes e ângulos diferentes, que funcionaram muito bem, criando várias vezes brincadeiras com a câmera: quando os personagens mexem seus dispositivos eletrônicos e passamos a observar quase como se estivéssemos dentro dos mesmos. A trilha sonora também é um dos destaques do filme, ela se encaixa perfeitamente nas cenas reforçando ainda mais toda a fotografia do filme e prendendo cada vez mais sua atenção na tela.
Outro ponto interessante de se comentar é o modo realístico que falam sobre a darkweb (ou deep web), a utilização do TOR, e até mesmo contendo explicações rápidas dando uma noção aos expectadores de como os hackers são e de como funcionam botnets e descriptografia.
As atuações são muito bem desenvolvidas, principalmente a relação entra Vee e Ian, interpretados por Emma Roberts e Dave Franco, a química entre eles faz com que roubem as cenas e que você se divirta muito com elas, apesar do relacionamento progredir tanto em apenas uma noite, no fim acabamos todos torcendo por eles. Agora, uma opinião da autora, foi muito interessante ver Emma Roberts entrar na pele de uma personagem mais quieta e tímida e ver o seu tão característico papel de “popular e queridinha” ser transferido para outra, no caso Emily Meade, que executou muito bem esse papel interpretando Sydney, amiga de Vee.
Além de toda a tecnologia, o filme conta com outros assuntos paralelos mais simples: os dramas comuns entre os adolescentes, como triângulos amorosos, paixões platônicas e, é claro, intriga entre amigos.
O final, infelizmente, não consegue manter a proposta do filme, acabando de forma clichê e até mesmo deixando o filme um pouco bobo. Nerve não é um filme perfeito, porém, possui uma ótima proposta, é um filme divertido de se ver, muito atual e levanta assuntos relevantes de se pensar e debater entre uma roda de amigos. Ainda mais profundo que isso um ótimo filme para repensar se suas atitudes virtuais têm afetado de forma positiva ou negativa na vida real de alguém.
Nerve: Um Jogo Sem Regras tem sua estreia marcada para 25 de Agosto.
Revisado por: Bruna Vieira.