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Netflix compra Warner Bros. Discovery por US$ 82 bilhões e muda o cinema

Netflix compra Warner Bros. Discovery por US$ 82 bilhões. Veja o futuro da HBO, cinema e os impactos no streaming agora.

Ed Rezende
4 Min Ler

A indústria do entretenimento jamais será a mesma após o anúncio monumental de que a Netflix fechou a compra da Warner Bros. Discovery.

Em uma jogada que redefine o mercado, a gigante do streaming passa a ser dona de estúdios lendários de cinema e televisão, além de controlar integralmente a HBO e a plataforma HBO Max. O valor total da transação, incluindo a absorção de dívidas, atinge a marca impressionante de US$ 82,7 bilhões, com um valor patrimonial estimado em US$ 72 bilhões. Com esse movimento agressivo, a Netflix superou concorrentes de peso como a Paramount e a Comcast, proprietária da Universal Pictures, consolidando-se como a força dominante no setor.

Os assinantes podem esperar mudanças significativas e imediatas no acesso ao conteúdo. A Netflix comunicou oficialmente que pretende manter as operações atuais da Warner Bros., mas com uma expansão estratégica de seus pontos fortes. Uma das grandes notícias é a integração dos catálogos: a programação aclamada da HBO e do HBO Max será adicionada à grade da Netflix.

Segundo a empresa, essa fusão permitirá otimizar os planos oferecidos aos consumidores, aprimorando as opções de visualização e garantindo que o público tenha acesso a uma biblioteca de títulos de alta qualidade sem precedentes. A curto prazo, o HBO Max continuará existindo como um serviço independente, mas o futuro aponta para uma unificação robusta.

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No aspecto financeiro, a operação promete uma eficiência brutal. A Netflix projeta uma economia anual entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões a partir do terceiro ano após a conclusão do negócio. A transação, avaliada em US$ 27,75 por ação da WBD, envolve dinheiro e troca de ações e foi aprovada por unanimidade pelos conselhos de ambas as companhias.

O cronograma prevê que o negócio seja finalizado nos próximos 12 a 18 meses. Esse prazo depende da conclusão da separação da divisão de redes de TV da Warner, a Discovery Global, que se tornará uma nova empresa de capital aberto até o terceiro trimestre de 2026.

Warner Bros, Netflix e governo Trump

Entretanto, a negociação enfrenta obstáculos regulatórios que não podem ser ignorados. A fusão gerou preocupações imediatas sobre monopólio e questões antitruste, um ponto alertado pela concorrente Paramount Skydance e reforçado por políticos norte-americanos.

O deputado Darrell Issa destacou em carta oficial que a Netflix, com mais de 300 milhões de assinantes, já detém um poder de mercado inigualável. Grupos importantes da indústria, como o Directors Guild of America e a associação de redes de cinemas, também manifestaram receio de que a aquisição prejudique o setor de exibição cinematográfica, embora a Netflix tenha se comprometido a manter os contratos de lançamentos nos cinemas até 2029.

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O desfecho desse acordo carrega uma ironia histórica deliciosa para os observadores do mercado. O anúncio ocorre quase exatamente 15 anos após Jeff Bewkes, então presidente da Time Warner, ter ridicularizado a Netflix em uma entrevista ao New York Times.

Na época, ao ser questionado sobre a influência da empresa de streaming, Bewkes comparou a Netflix ao “exército albanês”, duvidando de sua capacidade de conquistar o mundo. Hoje, aquele “exército” não apenas conquistou o território, como acabou de comprar o império de quem o subestimou. O papel futuro de David Zaslav, atual CEO da Warner, ainda permanece incerto nesse novo cenário.

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