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Netflix decreta o fim das longas janelas de cinema da Warner Bros

Netflix assume a Warner e critica janelas longas de cinema. Entenda o impacto radical nos filmes da DC e a reação de diretores.

Ed Rezende
3 Min Ler

A indústria do entretenimento deve se preparar para um terremoto cultural com a aquisição da Warner Bros. Discovery pela Netflix. A transação não envolve apenas a troca de donos, mas sinaliza uma mudança radical na forma como consumimos grandes sucessos de bilheteria.

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No ato da compra, a liderança da gigante do streaming já deixou claro que a tradicional “janela de cinema” — o tempo que um filme fica exclusivamente em cartaz — deve ser drasticamente reduzida.

Ted Sarandos, co-CEO da Netflix, foi a voz dessa transformação imediata. Em declarações à imprensa, ele sugeriu que o modelo atual de distribuição está obsoleto e que a nova gestão implementará mudanças profundas. Para o executivo, a prioridade precisa ser a conveniência do assinante, e não a tradição das salas de exibição.

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“Minha principal objeção reside nos longos períodos de exclusividade, que não consideramos muito favoráveis ​​ao consumidor”, disparou Sarandos. Essa fala confirma que a Netflix pretende aplicar sua filosofia de “streaming em primeiro lugar” (ou quase simultâneo) ao catálogo histórico da Warner, que sempre foi um estúdio focado na experiência cinematográfica.

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Essa postura cria um conflito direto de identidade. A Netflix historicamente evita ou minimiza lançamentos nos cinemas, usando as salas apenas para cumprir requisitos de premiações como o Oscar. Já a Warner Bros. construiu seu legado de um século justamente sobre a magia e a grandiosidade das telas de cinema, sendo o lar de franquias que exigem essa escala.

Netflix deve afastar executivos e diretores

O risco de atrito com grandes talentos é real e tem precedentes. O diretor Christopher Nolan, um dos maiores defensores da experiência em IMAX e salas escuras, encerrou uma parceria histórica com a Warner Bros. justamente por divergências sobre distribuição. Sua saída ocorreu quando o estúdio decidiu lançar Tenet e outros títulos de forma híbrida ou com janelas curtas durante a pandemia, sem o respeito ao tempo de exibição que ele exigia.

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Agora, a dúvida recai sobre os criativos que permanecem na casa. James Gunn, atual arquiteto do Universo DC nos cinemas, e outros executivos de alto calão, ainda não se manifestaram sobre como receberão essa nova diretriz. Gunn projeta seus filmes para serem eventos cinematográficos globais, algo que pode colidir frontalmente com o algoritmo da Netflix.

Ainda não está claro quais talentos aceitarão se adaptar a essa nova realidade e quais buscarão refúgio em estúdios que ainda priorizam o cinema tradicional. O que é certo é que a compra da Warner pela Netflix marca o fim de uma era de paciência e o início de uma corrida pela atenção imediata do público em casa.

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