Eu comprei esse livro com total descrença, vou ser honesta e dizer que não sabia nem que era o Ransom Riggs, nunca tinha ouvido falar desse livro, shame on me. Um belo dia eu vi o trailer do filme e uma amiga minha postou no facebook que era um ótimo livro e que estava louca da vida para ver o filme. Seguindo o velho ditado de que o livro é melhor que o filme (menos “Bridget Jones” e “O Diário da Princesa”), eu fui atrás do livro, pois o trailer já tinha me comprado com a maravilhosa da Eva Green. Eu nem li a sinopse, só o comprei e o trouxe para casa, no mesmo dia devorei as mais de trezentas páginas. A leitura é feita para te prender, você tem uma mistura de sentimentos, todos ao mesmo tempo. Eu tive uma ligação emocional com esse livro em particular.
A ideia do escritor fora pegar imagens pitorescas antigas e transformar em uma história, algo que é genial convenhamos, amei as fotografias no começo dos capítulos. Este fato utilizado pelo autor serve para atiçar a nossa curiosidade e aumentar a ansiedade para saber qual vai ser o próximo susto ou reviravolta. Depois de ler esse livro, e andando por sites na internet, li uma entrevista em que o autor dizia que ele andava por feiras de quintal (o ‘bota-fora’ das pessoas que moram nos EUA) procurando fotos estranhas e antigas que tivessem algum tipo de montagem bizarra, bem comum quando a fotografia se popularizou. Quem não leu o livro ainda aqui vai um aviso Spoiler Alert!
O livro é em primeira pessoa, o narrador e personagem principal é Jacob, ele começa sua história dizendo: Eu tinha acabado de aceitar que a minha vida seria apenas comum quando coisas extraordinárias começaram a acontecer comigo. A primeira delas foi um choque terrível e, assim como qualquer coisa que muda você para sempre, dividiu minha vida em duas partes. Antes e depois. Como muitas das coisas extraordinárias que viriam, ela envolveu meu avô, Abraham Portman.
Geeente que é issooo? Deixa eu explicar: tem nove meses que eu perdi meu avô, e como o jovem Jacob, meu avô foi muito importante na minha vida. Só aí já começam os meus feelings por esse livro. Ao contrário do meu avô, o vovô Portman de Jacob, lutou em guerras, cruzou oceanos a bordo de navios á vapor e desertos á cavalo, foi artista de circo, sabia tudo sobre armas, defesa pessoal e sobrevivência na selva, além de falar pelo menos três línguas.
https://www.youtube.com/watch?v=hArS1Z7L3pQ?rel=0
O cara era o Magaiver e isso fascinava o menino, fora as histórias loucas do avô, sobre crianças e adolescentes com “super poderes” que moravam em um orfanato (X-Men feelings), o avô de Jacob foi sua grande inspiração durante toda a sua infância e, assim como ele, Jacob queria ser explorador. O avô encorajou isso, mas, as ilusões de uma criança, geralmente acabam quando ela chega na adolescência, e foi assim com Jacob e o Avô.
Um dia minha mãe sentou comigo e me explicou que eu não podia me tornar um explorador, porque tudo no mundo já havia sido descoberto. Isso me deixou triste, e depois com raiva. Eu tinha nascido no século errado, e me senti traído. Pior ainda foi quando me dei conta de que as melhores histórias do vovô Portman não tinham a mais remota possibilidade de ser verdadeiras.
Essas histórias eram sobre monstros. Vovô Portman tinha nascido na Polônia, com cinco anos de idade foi mandado para o País de Gales e a resposta do por quê dele ter fugido: a Polônia estava infestada de monstros.
O que o Jacob não sabia, é que as histórias de seu avô eram reais, e ele descobre isso da pior maneira, na pior hora e isso colega, acaba com você, pois nesse momento você é o Jacob, você se vê adolescente cheio de confusões e incertezas, com dúvidas na cabeça mas ACHA que é o rei da razão e da verdade. Seu avô fora morto por um monstro (vocês vão ter que ler para saber os detalhes, porque óbvio que não vou contar), e o Jacob fica como? Entra em depressão, claro, e é enviado para o Dr. Golan, o psiquiatra, porque lógico que se você chegar na delegacia falando que seu avô foi morto por um monstro, que tinha tentáculos saindo da boca, eles vão levar tudo numa boa, só que não. A partir daí ele começa a levar muito mais a sério as histórias do avô, inclusive a do orfanato com crianças peculiares, gerido por um falcão que fuma cachimbo.
Incentivado pelo Dr. Golan, Jacob convence o pai e juntos vão atrás do orfanato que fica nas palavras de Jacob: Numa ilhota na costa do País de Gales. E aí é que a história realmente começa, Jacob se vê na responsabilidade moral de encontrar o lugar, no qual o avô tinha crescido e conhecer a ave velha e sábia, um falcão grande que fumava cachimbo, afinal de contas, o avô morreu pois Jacob não dera ouvidos as histórias dele. Venha, como eu, conhecer ela também e se maravilhar ao entrar no Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares.
Em uma outra oportunidade eu vou falar do que eu não gostei nesse livro, porque óbvio que eu não ia ficar sem problematizar algumas coisas. Vou depois também, falar mais sobre as crianças que vivem sob a supervisão da Srta. Peregrine, até por que o livro nos leva até elas. Deixem nos comentários se vocês já leram esse livro, se gostaram ou não e os motivos. Críticas, sugestões, conselhos, dramas e traumas também nos comentários. E fiquem ligados aqui no Cabana do Leitor para muito mais novidades 😉
Revisado por: Bruna Vieira.