Dirigido por Mike Nichols, Closer (Perto Demais) foi lançado em 2005 com um elenco de peso, nada mais nada a menos do que Julia Roberts (Anna), Jude Law (Dan), Clive Owen (Larry Gray) e Natalie Portman como Alice Ayres. Uma trama inteligente e muito perigosa sobre encontros, desencontros e traições que gira em torno de quatro estranhos que tem suas vidas ligadas de maneira inesperada.
Dan é um jornalista aspirante a escritor de romance que ganha a vida escrevendo obituários e que conhece Alice, uma stripper, de forma inesperada na rua e mantém um relacionamento com ela, usando sua vida como inspiração para um livro, até que conhece e se apaixona por Anna, uma fotógrafa bem sucedida que se divorciou recentemente e que acaba se envolvendo em um caso secreto com Dan, mesmo tendo se casado com Larry, um dermatologista igualmente bem sucedido que teve Dan como cupido no início de sua relação com Anna.
A tradução do nome vem do inglês “Mais Perto” e traz uma ideia de aproximar-se, porém na tradução para o português acabou se transformando em “Perto Demais” passando uma ideia de invasão do espaço do outro quando, na verdade, o filme mostra que os relacionamentos quando olhados mais de perto podem revelar muito mais do que aquilo que vemos na superfície e como muitas vezes, até mesmo nos relacionamentos mais longos, não conhecemos bem quem está ao nosso lado, conhecemos apenas uma versão daquela pessoa, ou seja, apenas o lado que ela está disposta e se sente confortável em mostrar. Isso muda de pessoa para pessoa e de relacionamento para relacionamento, por exemplo, para determinada pessoa ela se mostra com o seu melhor lado e para outra o pior e vice versa. O que nos faz pensar se existe uma fórmula certa, se algum desses lados realmente determina o que a pessoa é. Qual dos lados é o verdadeiro? Ambos ou nenhum? As pessoas não lidam muito bem com a verdade e não estão preparadas para ela, principalmente nos relacionamentos amorosos e o filme traz a tona exatamente isso, de forma crua e direta. A cena a seguir é a minha preferida e mostra o fim de um relacionamento em um belíssimo diálogo entre Alice e Dan.
É um filme intenso, que pode trazer interpretações diversas de acordo com o olhar de quem está assistindo. Eu particularmente achei um filme muito bonito que, acima de tudo, trata da busca incansável pelo amor e pela felicidade ou daquilo que se acredita ser a felicidade, sobre o que as pessoas são capazes de fazer para encontrar esses dois, é sobre a conquista e sobre relacionamentos descartáveis e que entre idas e vindas é preciso continuar tentando sempre. Closer é sobre conquista, erotismo, encontros, prazer e traição, é sobre o quanto as pessoas são volúveis e egoístas em seus relacionamentos amorosos e como o sofrimento pode aproximar as pessoas, como retratado em outra das minhas cenas favoritas em que Alice (Natalie Portman) dança para Larry (Clive Owen) na boate e eles se veem um no outro, pois ambos passaram por um rompimento doloroso e estão tentando se recuperar disso, cada um a sua maneira, em uma passagem recheada de dor e sofrimento.
É um filme marcante que merece ser analisado sem ideias pré-estabelecidas, para entendê-lo a fundo é preciso ter uma mente aberta sobre o mundo e sobre os relacionamentos. Eu particularmente adoro filmes que trazem histórias próximas da nossa realidade e principalmente que me fazem refletir. Com certeza, é um filme que vale a pena! Conta pra gente nos comentários se você já assistiu e qual é a sua cena favorita.