Todos sabem por que o natal é celebrado e como; mesas cheias, presentes, arvores enfeitadas e muitas luzes são só algumas das coisas que vemos todos os dezembros no ocidente. Porém, o que poucos sabem é que o natal tem uma origem pouco contada e quase esquecida. Dito isso, sente-se na poltrona atemporal, enquanto viaja pelos caminhos ramificados e pouco ditos sobre a maior celebração mundial do ano.
A primeira parada dessa viagem temporal é o oeste da Europa, onde o povo europeu se originou com a chegada de múltiplos povos organizados em diferentes tribos. Os Celtas foram o primeiro povo civilizado da Europa. Chegaram neste continente junto com a primeira onda de colonização mundial, em 4.000 a.C, porém, sua cultura só foi estabelecida por completo em 1.800 a.C. Eles se situavam em lugares onde hoje são conhecidos os países da Alemanha, Holanda, Dinamarca, Bélgica, França e Inglaterra. Viviam em tribos ou aldeias, chamadas de Túath e suas divisões sociais eram divididas em Druidas, Nobreza, Aristocracia, Plebe e Escravos. Vivendo fortemente da agricultura.
Os Celtas tinham uma visão de tempo diferente da nossa, pois, para eles, o tempo não era um caminho retilíneo, mas sim um sistema cíclico, do qual eles formaram um calendário chamado “Roda do Ano”. Este calendário se estabelecia visualizando tanto o ciclo solar (como o nosso), como também o ciclo lunar. Eles comemoravam a passagem de tempo com oito festividades, chamadas de Sabás, um encontro para celebrar as estações do ano e suas colheitas. Samhain, Yule, Imbolc, Ostara, Beltane, Litha, Lughnasadh, Mabon. Irei me concentrar no Yule, pois é sobre ele que tudo isso se trata.
Yule é a época do solstício de inverno, quando é comemorado o renascimento da criança do sol, é a concepção do retorno de toda a vida através do amor dos deuses. Ou como o conhecemos, Natal. Sim, esta é a origem, entretanto ele ainda não era comemorado como conhecemos hoje, mas calma que isso também tem um motivo.
Todo este contexto histórico serviu para nos dar base para o que irá ocorrer em outro ponto da história, ainda na Europa, porém agora em Roma, no século V. Nesta época Roma estava politicamente aderindo ao cristianismo no lugar do politeísmo, porém o povo ainda cultuava os deuses antigos, causando uma crise ideológica e política. Assim, como uma estratégia religiosa, eles aproveitaram que o povo comemorava uma festa pagã chamada “Natalis Solis Invicti” (Nascimento do Sol Invencível), ou Yule, e a utilizaram como uma festa cristã. No dia 25 de dezembro do ano de 336 d.C o Yule foi pela primeira vez usado para comemorar o nascimento de Cristo e, com isso, sincretizando a comemoração e transformando-a no significado que ela tem atualmente.
Mas, há divergências entre a data comemorada em Roma com a que era comemorada em Constantinopla, capital do império na época. Lá eles celebravam o natal até a chegada do dia 6 de janeiro, data marcada como o dia que Jesus nasceu de fato. Entretanto, durante os séculos as dioceses orientais foram adotando o 25 de dezembro como o dia do nascimento de Cristo e deixando o dia 6 de janeiro como sendo o dia do batismo.
O que podemos notar é que, mesmo antes do natal ser comemorado como conhecemos hoje, ele já era festejado com o sentido de nascimento, mas para celebrar uma nova vida.