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Hoje, após ver “Batman vs Superman: Ultimate Edition” pela sexta vez, parei para pensar mais sobre as pessoas que não gostam do filme (tanto os fãs da Marvel quanto os fãs da DC).
As reclamações são sempre as mesmas: roteiro confuso, um Superman sério/inexpressivo, um Batman que bate para matar, a polêmica cena que chamamos de “Martha”, um Lex que mais parece o Coringa, um Apocalipse que parece uma tartaruga-ninja sem ossos expostos no corpo, um Zack Snyder com sua direção exagerada, entre outras coisas.
Vi o filme na pré-estreia e concordo que, na versão do cinema, o roteiro ficou não confuso, mas “desmantelado”. Notava-se, de longe, os cortes e recortes. Mas ainda estava “entendível”. Com a versão estendida, tudo se conectou muito bem. O Superman do Cavill é um personagem novo. É o Super-Homem, de fato. Mais humano, que vai além de seus poderes. Ele quer seu lugar na Terra, com isso, vem seus questionamentos de ser/estar. Em 2006 Superman: O Retorno foi feito para fazer uma homenagem ao Reeve, o que vimos foi um show de críticas (essa cueca por cima da calça não tem sentido nos dias de hoje), aí a Warner reinventa o personagem e recebe novamente críticas (cadê a cueca por cima da calça?).
Então, vem o Batman. Ah, o Batman! Meu Batman favorito! O Batman que assusta, que dá medo. O Batman que amadureceu seu trauma e o transformou em “justiça” (o que é irônico, pois, enquanto o Super quer seguir as leis dos homens para ser aceito, o Batman vai além das leis dos homens, o que o torna “menos homem” que o próprio Super).
E, falando nisso, automaticamente vamos para a cena “Martha”. Se víamos durante o filme um Batman mais “desumano”, nos encontramos com seu lado humano ao vê-lo se colocando no lugar do assassino dos seus pais. Para quê o Zack Snyder colocou – pela milésima vez mostrada – a famosa cena da morte dos pais do Bruce? Para servir de premissa para a tal cena “Martha”, óbvio! Eu achei muito interessante essa ideia de usar as mães de ambos como um “gancho” ao raciocínio e bom senso, pois, como o próprio Lex fala: “A mulher especial de todo garoto é a mãe dele”.
Falando no Lex, eu gostei. Obviamente, não é o Lex dos quadrinhos. Mas por que não mudar? Se fôssemos ver bem, para todo o contexto do filme, precisaríamos de um Lex mais imaturo (lembrando que imaturo não é sinônimo de burro ou afins), de um Lex infantil o suficiente para causar discórdia sem motivos aparente (o que, para mim, funcionou muito bem).
E, já que o assunto é vilão, qual a última vez que vocês viram um bom vilão em filmes de heróis? Para mim, desde Man of Steel, com aquele famigerado Zod, não apareceu mais nenhum (contando com Marvel também). E daí resolvem reclamar do Lex e seu Apocalipse desossado? “Ah, mas o Apocalipse foi mal utilizado…” O Apocalipse matou o Superman, cara. Foi o pivô para termos a Mulher-Maravilha (que, inclusive, esteve maravilhosa).
Quer falar mal de um vilão? Fale da Warner que, para ganhar mais grana, nos entregou a versão de cinema incompleta, para termos que comprar o DVD/Bluray. Quer outro vilão? O próprio Zack Snyder com suas cenas de “personal sexual pleasure”, que pouparia minutos do filme, sem causar medo na Warner em lançar uma versão maior nos cinemas (como o Nolan e o “Cavaleiro das Trevas Ressurge“, com suas 2hrs e 45min de duração).
Mas lembrem sempre: Zack Snyder pode não ser dos melhores diretores da sétima arte, mas, além de seus “exageros”, sabe nos entregar um belo filme de super-herói.
Revisado por: Bruna Vieira