Depois de três anos de espera, a segunda temporada de “Pacificador” finalmente chegou, possivelmente entregando sua melhor fase e abraçando sem pudor seu lado dramédia. Esta análise aborda os primeiros cinco episódios (portanto, não é definitiva), mas abre caminho para que o espectador aproveite ao máximo a experiência dessa produção.
Na segunda temporada de “Pacificador“, Christopher Smith (John Cena, que está incrível nesta fase) descobre um mundo alternativo onde tudo é exatamente como ele sempre quis. Porém, essa descoberta o obriga a confrontar seu passado traumático e assumir o controle do próprio futuro.

O uso do multiverso, frequentemente visto como algo clichê e preguiçoso na cultura pop atual, é surpreendentemente bem-executado em, enriquecendo o desenvolvimento do protagonista. Desde a primeira temporada, acompanhamos o herói tentando provar, tanto para si mesmo quanto para os outros, que é capaz de se tornar um verdadeiro herói.
Conhecido como um babaca em “O Esquadrão Suicida“, o Pacificador ganhou camadas em seu próprio show, onde foi explorado seus traumas e, com isso, ele conquistou o coração do público. Agora, James Gunn vai explorar a vida perfeita que o personagem poderia ter tido.
Essa abordagem é uma maneira inventiva de utilizar o multiverso, já que Smith não está satisfeito com sua realidade e pretende recomeçar em uma nova terra. É refrescante ver uma obra que não usa o multiverso apenas para apelar à nostalgia barata.

É uma reflexão poética sobre: “Como seria minha versão aprimorada em outra dimensão?”. A cada episódio, mergulhamos nas frustrações do personagem, dilemas que qualquer pessoa reconheceria como seus. Não é apenas o Pacificador que está “quebrado” nesta temporada; Emilia Harcourt (Jennifer Holland) e Leota Adebayo (Danielle Brooks) também enfrentam águas turbulentas.
Ambas lidam com questionamentos profundos sobre os rumos de suas vidas, pressionadas pelas consequências dos eventos passados. Da mesma forma, outro personagem ganha destaque: Rick Flag Sr. (Frank Grillo), consumido pela busca de vingança após a morte do filho. Sua jornada ecoa a fragilidade humana e as escolhas que nos definem.

Temos o retorno de John Economos (Steve Agee) e Vigilante (Freddie Stroma), que continuam sendo os personagens mais carismáticos da série. Além disso, há novas adições ao elenco: a agente da A.R.G.U.S. Sasha Bordeaux (interpretada por Sol Rodríguez), uma personagem encantadora que parece esconder algo, e outro agente da organização, Langston Fleury (vivido por Tim Meadows), um personagem divertido que tem uma peculiaridade, pois ele não consegue diferenciar aves.
“Pacificador” combina melodrama, comédia e rock ‘n’ roll para criar uma jornada multiversal em busca de propósito em meio a uma vida imperfeita. E, para esclarecer logo: sim, a série explica como ela se encaixa no novo universo da DC.





