A aparente vitória da Netflix na corrida pelo controle da Warner Bros. Discovery pode ter sido prematura. Embora o acordo tenha sido anunciado, David Ellison, CEO da Paramount Skydance e herdeiro de uma das maiores fortunas do mundo, não aceitou a derrota de braços cruzados.
Segundo informações exclusivas do site CNBC, o executivo, que perseguiu a compra do estúdio incansavelmente por meses, ainda não se deu por vencido. Ellison estaria analisando opções agressivas para reverter o cenário e tomar a empresa para si, ignorando o aperto de mãos entre a Netflix e a Warner.
A estratégia na mesa é arriscada e conhecida no mercado como “aquisição hostil”. Nesse cenário, a Paramount Skydance tentaria comprar a Warner Bros. Discovery diretamente através dos acionistas, contornando a recomendação da diretoria atual.
Paramount pretende ir até o fim
Para convencer os investidores a mudarem de lado, a empresa estuda oferecer um valor ainda maior do que a proposta da Netflix. A intenção é superar a oferta atual de US$ 30 por ação, totalmente em dinheiro, que foi submetida à WBD nesta semana.
A batalha também se desenrola nas garantias financeiras contra órgãos reguladores. Fontes ligadas à negociação revelaram que a Paramount ofereceu uma multa rescisória de US$ 5 bilhões caso o acordo fosse barrado pelo governo.
Já a Netflix, demonstrando confiança absoluta e poder de fogo, incluiu uma multa rescisória ainda mais alta, de US$ 5,8 bilhões, conforme consta em um documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) na sexta-feira.
Se a Paramount realmente formalizar essa nova oferta hostil, a Netflix terá, por contrato, a chance de igualar o valor proposto. Independentemente de quem saia vencedor dessa queda de braço bilionária, o resultado final significa ainda mais dinheiro no bolso dos acionistas da Warner Bros. Discovery.
No fim das contas, o maior beneficiado financeiramente pode ser o próprio CEO David Zaslav, que se vê no centro de um leilão histórico em Hollywood, vendo o valor de sua empresa subir a cada nova investida dos concorrentes.
