Muito mais do que somente um livro, Pax não nos leva somente para uma autorreflexão, mas também para uma avaliação do nosso modo de viver em sociedade e a maneira que tratamos aqueles a quem amamos. O primeiro romance de Sara Pennypacker publicado no Brasil e ,como ela mesma disse: “Pax é o livro da minha vida.”
Quando eu penso na amizade e no amor incondicional entre os dois personagens principais, me pergunto sobre quantas vezes nós vivenciamos situações semelhantes ao decorrer de nossa vida, e quantas vezes deixamos de vivenciar por levar medos e rancores que poderiam ser abandonados.
Peter e Pax eram inseparáveis e possuíam uma profunda relação de amor e amizade. Desde a morte precoce da mãe, Peter se viu à mercê de um pai violento e tirano, que contribuía para aflorar a raiva que sentia dentro do peito. Peter encontra em Pax aquilo que o pai não podia oferecer, amor, amizade e cura para sua solidão.
Durante a trama que alterna entre a trajetória de Peter e sua raposa, é possível compreendermos mais sobre o passado dos personagens e entender como a separação está sendo difícil para ambos os lados. Peter agora precisa enfrentar sua nova vida em uma cidade diferente e Pax precisa conhecer melhor seus instintos para sobreviver em meio à natureza e a guerra.
Quando Peter chega na casa do avô, ele percebe que não pode ficar naquele lugar sem seu raposo, pois eles eram inseparáveis, assim, ele começa a tecer um plano para ir ao local onde deixou o deixou e recuperá-lo. Do outro lado temos Pax, pela primeira vez na natureza, sempre sentiu-se responsável pela segurança de seu menino, tem que aprender a lidar com questões básicas como encontrar comida, lidar com os outros animais e achar um local para se abrigar.
Durante a jornada, Peter e Pax amadurecem e deixam para trás o que eram no começo da história, fazendo novas amizades, descobrindo e desenvolvendo habilidades, ajudando pessoas, eles passam a ter uma nova visão do que os cerca.
Com relação a conclusão da história não posso falar que não esperava, pois embora evidente que teria aquele desfecho, foi extremamente humano e eu não poderia pensar em um melhor fim para a jornada de Pax e Peter.
Com relação a estrutura do livro, a capa dura é com certeza um diferencial quando o lemos, assim só posso agradecer a Editora Intrínseca por nos presentear com uma edição tão fantasticamente bela, as ilustrações de Jon Klassen são também parte da mágica que o livro nos apresenta. Cada nova página que traz uma gravura quase infantil, faz nascer em nós um desejo incontrolável de copiar em cada caderno, agenda e folha de papel o Raposinho e seu menino Peter.
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Revisado por: Bruna Vieira.