Começando minha experiência com a saga nos jogos de 3DS (em Persona Q: Shadow of the Labyrinth e New Cinema Labyrinth, os quais são spin-offs), meu primeiro contato com Persona em si se deu com Persona 5 há alguns anos. Me encontrei fascinada com tudo que compõe o título. Desde o design de personagens e batalhas, à espetacular trilha sonora (da qual sou muito fã).
Persona 3 foi meu segundo contato com essa série (chamar de série principal me parecia um erro, já que ela deriva da boníssima Shin Megami Tensei) ainda nos formatos de PSP. E foi com muita ansiedade que eu aguardava esse remake de um dos jogos que mais gostei dentre todos que joguei até hoje. Talvez possa soar exagerado, mas você já entenderá o meu ponto de vista.
Primeiro de tudo, eu tenho uma relação de amor e ódio quanto aos remakes no geral. Alguns, como Crash N. Sane Trilogy e Alan Wake Remake, se mostram necessários e extremamente bem executados, caindo facilmente no meu gosto pessoal. E outros como GTA The Trilogy no fundo, são grandes desperdícios de tempo e dinheiro. Mas Persona 3 Reload, felizmente, é mais um caso em que eu me sinto feliz em ter a experiência de rejogar uma história tão boa em um formato praticamente perfeito.
O jogo original em si é de fato bom em vários aspectos, sendo o grande responsável pelas fundações do grande sucesso comercial que Persona é hoje em dia. Mas habilmente a Atlus refinou e lapidou tudo que veio em quase vinte anos de lançamento desse marco. Ele é, definitivamente, tudo de melhor que ele e todos os seus sucessores possuem.
Enlaçando uma história envolvente que possui dois lados (durante o dia leve sua vida normal de estudante com os conflitos e conexões comuns de qualquer adolescente, e de noite combata sombras com suas personas cada vez mais fortes) e o combate simples e cativante que teve seu ápice no quinto título, esse foi um dos jogos mais prazerosos para mim nos últimos tempos. Com pouco mais de 50 horas de jogatina, senti que poderia jogar ainda mais sem enjoar de qualquer coisa ali.
Com foco em narrativa, esse RPG talvez seja o de melhor entrada para os curiosos sobre a franquia. Possui turnos balanceados e grande desafio no Tartarus, é interessante para aqueles que procuram um enredo bem estruturado e conectivo, que fala sobre coisas cotidianas, mas acrescenta aquele toque de fantasia no ponto certo para agradar a todos.
Possui um salto gráfico gritante em comparação ao título original, o que é muito bem-vindo na atual geração de consoles. E mesmo com erros aqui e ali, a Atlus se importou o suficiente para legendar o jogo em português, o que pode ser um chamariz para jogadores que não sabem uma segunda língua.
A única ressalva que eu faria aqui, é sobre a repetição de batalhas no Tartarus. Depois de algum tempo, para alguns jogadores, subir andar por andar e combater sombra após sombra pode se tornar um pouco cansativo. Mas a recompensa de desafiar e sobrepor os inimigos, no final compensa.