Origin está na boca do povo e nós do Cabana do Leitor decidimos mostrar as primeiras impressões dos dois primeiros volumes do mangá. Claro, sem spoilers.
A primeira curiosidade vem do autor de Origin, Boichi, o mesmo desenhista de Dr. Stone. Neste mangá, Boichi é o responsável pelo roteiro e pela arte, e ele vem para mostrar que não está para brincadeira.
O mangá se passa no ano de 2048, quando o hemisfério norte já estava conectado pela Ferrovia Eurásia, o que fez com que diversos criminosos fossem parar em Tóquio. O que ninguém sabe é que dentre os criminosos há seres misteriosos disfarçados: Os ciborgues.
Nós acompanhamos a jornada de Origin, o ciborgue protótipo responsável pela origem dos outros humanoides. Após a morte de seu pai, o cientista criador, Origin decide cumprir a promessa que fez ao pai de “ter uma vida adequada”, por isso, ele se disfarça de humano e tenta viver como eles. Para ele, essa é a vida adequada que seu pai sempre quis que ele tivesse.
Entretanto, ao tentar arrumar coisas básicas da sociedade (como trabalho e dinheiro), Origin percebe que outros humanoides não querem a mesma vida pacifica, lutando então pela aniquilação humana.
Um dos pontos positivos é o fato da realidade em que Origin se encontra. Tirando o fato de ser em um tempo altamente tecnológico, Origin encontra problemas reais de hoje em dia, como: Falta de dinheiro, a necessidade do trabalho e da socialização. Para uma história que conta com o surrealismo, essa pegada é bem interessante. O que nos leva ao segundo ponto: O humor.
Mesmo sendo um mangá adulto, ele consegue encontrar sua leveza nos alívios cômicos. Nos medos de Origin ser descoberto ou nas situações que seriam embaraçosas para humanos, todas elas são a calmaria antes da tempestade, fazendo a leitura ser fluída na medida certa.
Uma coisa que precisa ser citada – e que já deu para perceber- é a riqueza de detalhes depositadas nos traços. A arte de Boichi é impecável e, por si só, consegue imergir o leitor nesse mundo cyberpunk.
Com tudo, apenas uma coisa é incômoda neste mangá: A necessidade de exposição das partes íntimas de todas (eu disse TODAS) as personagens femininas pelas roupas. Mesmo com a premissa de ser uma história mais adulta, a arte peca pelo excesso de exposição que não agrega de nada a trama. Para algumas pessoas isso pode não incomodar, porém pode ser um fato decisivo para outras pessoas, então aqui fica o alerta.
Mesmo com esse pequeno problema, Origin é um mangá que estava fazendo falta. Uma história a la Blade Runner com artes bem realistas, coisa que não se vê com tanta facilidade. O mangá é um prato cheio para quem gosta de temas que envolvam máfia, mortes visuais, lutas bem produzidas e uma pitadinha de humor.
Caso tenha interesse, o mangá é publicado pela editora Panini e, até o momento dessa matéria, se encontra com 7 volumes lançados no Brasil. No Japão, a história já foi concluída com 10 volumes.