Inspirada numa série de história em quadrinhos escrita por Brian K. Vaughan e publicada pela editora Vertigo em sessenta edições, Y: The Last Man se passa em um futuro pós-apocalíptico em que todos que possuem o cromossomo Y, inclusive humanos, deixam de existir.
Com uma pegada sombria e que nos deixa curiosos, a trama será lançada semanalmente na plataforma Star+, que nos forneceu gentilmente os três primeiros episódios da série.
Uma abordagem diferente
Apresenta uma ideia diferente da maioria das séries pós-apocalípticas que, normalmente, se dá quando o caos já está reinando no mundo. A série começa um dia antes de todos os homens morrerem devido a um evento inexplicável, o que já foge da abordagem de muitas séries atuais onde se cria teorias imaginando a história do personagem antes de aceitar o papel de herói da história. Não sabemos porquê, mas os únicos sobreviventes a esse evento cataclísmico são Yorick (Ben Schnetzer) e seu simpático macaquinho de estimação.
Mulheres na sociedade
A série traz contexto contemporâneo sobre os vários papéis da mulher na sociedade e a luta diária para ter um local de fala. Trouxe protagonistas mulheres de várias etnias e origens, muito fáceis de nos identificar a todo momento. Antes do apocalipse acontecer, somos apresentados a mulheres com diferentes profissões, estilo de vida e opiniões e a série faz um retrato natural e realista de todas, tanto da vida como dos conflitos com seus pares: infidelidade na relação, sobrecarga em casa, divórcio, sobre ser mãe do parceiro, ser desvalorizada no trabalho, etc. Quando elas se tornam as únicas sobreviventes nesse novo mundo, uma nova dinâmica de sociedade é criada.
Nas primeiras semanas pós os eventos do primeiro capítulo, vemos a nova dinâmica de sociedade se formando e, diversos setores ocupados quase que exclusivamente por homens entram em colapso. Um ponto interessante apresentado é a posição de presidente que era ocupada, até então, por um homem. E é neste cenário político que a personagem de Diana Lane (Jennifer Brown) começa a brilhar, onde ela toma a frente como a primeira mulher presidente dos Estados Unidos e é questionada muitas vezes por outras mulheres se é capaz ou não de exercer esse papel. Temos, aliás, em um papel quase que contrário ao Jennifer, a filha do ex-presidente, Kimberly, que é uma mulher extremamente conservadora.
Os primeiros episódios conseguem entregar bem a mensagem de apresentação do cenário, conflito e destruição em uma trama sombria e envolvente, juntando política e problemas cotidianos.
E com várias cenas do protagonista Yorik com seu parceiro, Amperstand, o macaquinho espero que costumava o ajudar em truques de mágica. E, no final do terceiro episódio conseguimos acompanhar melhor o desenvolvimento desse novo mundo.
Bônus: a química de cena da agente 355 e Yorik é sensacional! As primeiras cenas da protagonista já mostram que ela veio pra causar! A série tem muito potencial, talvez se fugir da abordagem novela que acaba rondando e amaldiçoando séries pós-apocalípticas.